"O que nos empolga neste momento são as legislativas e é um bom sinal contar com Maria de Belém". É assim que o secretário-geral do PS António Costa responde aos jornalistas, sobre se apoia ou não a ex-presidente do partido. Costa falava à saída do Palácio da Justiça onde foi, esta segunda-feira, entregar a lista de deputados juntamente com muitos socialistas.
Maria de Belém, a primeira suplente nessa lista pelo círculo de Lisboa, chegou primeiro, acompanhada pelo líder do grupo parlamentar socialista Ferro Rodrigues. À entrada recusou fazer comentários sobre o movimento cívico que a tem pressionado a avançar para as presidenciais. "Estou aqui pelas legislativas", concluiu. Nomes como Sérgio Sousa Pinto, João Soares, Helena Roseta ou Vitalino Canas foram algumas das caras que se deslocaram esta manhã à rua do Marquês da Fronteira. António Costa chegou por último, e sozinho.
Feita a entrega da lista, o líder socialista preferiu focar o discurso nas eleições legislativas. “Temos uma equipa renovada, sólida e estamos empolgados em trabalhar não só para um resultado ‘inequívoco’ mas também para garantir uma maioria absoluta”. Costa relembrou assim o pedido de Passos Coelho no passado sábado na Festa do Pontal, que pediu “um resultado politicamente inequívoco” no próximo dia 4 de Outubro. Sempre com Maria de Belém ao seu lado, Costa disse que é “preciso virar a página e travar a aventura da direita”. Às acusações da coligação, principalmente do vice-primeiro-ministro Paulo Portas, Costa respondeu assim: “a direita está esgotada, não diz nada sobre o futuro, não é capaz de fazer diferente”, finaliza.
Sobre a Segurança Social, em que Portas acusou o PS de propor “um convite disfarçado à sua privatização”, Costa contra-atacou: “eu julguei que ele se estava a olhar para o espelho, foi esta coligação que dividiu os portugueses durante estes últimos quatro anos”.
Face à insistência dos jornalistas sobre uma eventual intranquilidade dentro do partido com o avanço iminente de Maria de Belém, Costa desdramatizou. “Vê alguém aqui intranquilo? Temos caras novas com Mário Centeno, pessoas afastadas do PS ou veteranos- olhando para a ex-ministra da Saúde de Guterres- e até eu que não era candidato a deputado há doze anos”. E repetiu: “estamos empolgados”, rematou.
Ainda sem definir quem vai apoiar, no fim, Costa interrompeu a conversa com alguns socialistas e lembrou que tinha “de ir cumprimentar Maria de Belém”. E apoiar? A acontecer, só mesmo depois das eleições.