O campeão vai nu. O Chelsea de Mourinho continua sem atinar no arranque da Premier League e perde em Manchester, com o City (3-0), uma semana depois de empatar em casa com o Swansea (2-2). Um ponto em seis possíveis é pouco, pouquíssimo.
Na deslocação ao Ettihad, a equipa do treinador português livra-se de sofrer o primeiro golo aos 20 segundos. Sim, segundos. Agüero isola-se e o remate esbarra no corpo de Begovic, titular no lugar do belga Cortouis, expulso na primeira jornada. O argentino ainda obriga o bósnio a mais duas defesas memoráveis e só marca à quarta tentativa, aos 37 minutos. Sim, minutos. A combinação com Yaya Touré é rápida e desmonta a defesa do Chelsea. No quadradinho seguinte, Agüero livra-se de Cahill com um toque habilidoso e, apertado por Matic (mais Terry), remata mais em jeito do que em força para o único sítio onde a agulha poderia passar naquele palheiro. É bonito de se ver, 1-0.
O Chelsea encaixa o golpe e nada. Nada de nada. Ao todo, dois remates apenas à baliza de Hart em 90 minutos, o último deles aos 87', pelo recém-entrado Cuadrado. Nessa altura, já está fixado o resultado. Cortesia do capitão Kompany (79'), numa antecipação de cabeça a Ivanovic (outro capitão, após a saída de Terry ao intervalo), e do brasileiro Fernandinho (85'), num extraordinário remate de primeira no limite da área.
Três-zero é obra. No final, Mourinho cumprimenta Pellegrini e arrepia caminho para o balneário a pensar em como dar a volta a esta mini-crise. É o sétimo 3-0 da sua carreira. A viagem começa no Benfica, em Novembro de 2000, com o Marítimo, nos Barreiros. Nessa noite, um outro argentino assume-se goleador. È ele Lagorio, autor de um hat-trick. Um ano depois, já na União de Leiria, em jogo de Taça, Mourinho encaixa outro 3-0, com o Boavista, no Bessa. Pormenor: o jogo resolve-se no prolongamento. Passa-se mais um ano e toma lá disto: 3-0 do Belenenses (Verona, César Peixoto e Cafu), no Restelo. E Mourinho é de quem? Porto. Na conferência de imprensa, o murro na mesa. “Este é o pior FC Porto dos últimos 26 anos.” Segue-se um ano e meio sem derrotas no campeonato, acompanhado pela conquista de tudo e mais alguma coisa entre 1.ª divisão, Taça de Portugal, Taça UEFA e Supertaça nacional.
A partir daqui, o caminho do 3-0 é mais internacional que nunca. Em Fevereiro de 2006, o Middlesbrough destroça o Chelsea. Em Março de 2009, é a vez da Sampdoria ao Inter, para a Taça de Itália. Um dois três quatro cinco. Já só faltam dois. Sim, ambos este ano. O primeiro a 18 de Maio, com o WBA, na ressaca dos festejos do título de campeão inglês. E agora hoje, com o City.
