Crise. Brasileiros saem à rua em protesto contra governo

Crise. Brasileiros saem à rua em protesto contra governo


Dilma Rousseff volta a enfrentar os protestos de um povo que pede a saída da presidente. Há manifestações em dez estados do país e em Brasília.


Ainda não há estimativas da quantidade de manifestantes que estão na rua – aliás, em São Paulo só agora estão a juntar-se – mas é possível que Dilma Rousseff volte a conseguir que o Brasil faça História.

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Em Março passado, o primeiro grande protesto contra o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) foi a maior manifestação política desde 1984, ainda o Brasil vivia em ditadura.

Este domingo, os brasileiros querem novamente fazer-se ouvir, numa altura em que o ‘impeachment’ da presidente Dilma parece mais provável que nunca – todas as consultoras económicas já o consideram provável, por exemplo, quando fazem as análises de mercado.  “Vamos mostrar ao mundo todo a nossa indignação”, disse um dos integrantes do grupo Extermínio, que é um dos organizadores dos protestos no Rio de Janeiro, citado pelo jornal Estado de S. Paulo.

Em São Paulo, a Avenida Paulista, principal artéria da cidade, concentrará todos os protestos e em Brasília foram já milhares os que se fizeram ouvir no centro político. As manifestações no Distrito Federal começaram às 13h30, hora de Lisboa, mais quatro que na capital brasileira. Integrantes de grupos organizadores dos protestos garantem que mais de 80 mil pessoas já estiveram na rua somente em Brasília.

Segundo relatos do jornal Folha de S. Paulo, que à semelhança do jornal Estado tem um liveblogue para acompanhar o evento, são muitos os cânticos que se ouvem na Avenida Paulista. Um deles vai repetindo: “Lula, cadê você? O Sérgio Moro quer te prender”, numa alusão aos mais recentes desenvolvimentos do caso Lava Jato, no âmbito do qual vários homens da confiança de Lula já foram detidos. Um deles foi José Dirceu, antigo homem-forte do PT durante o primeiro governo de Lula da Silva.

O Brasil enfrenta uma das mais graves crises económicas dos últimos anos, com a inflação a superar os 4% e o desemprego a aumentar consistentemente. Em Maio, era de 6,7% nas seis principais cidades do país, um máximo desde Julho de 2010. A presidente Dilma Rousseff enfrenta, por seu lado, uma das mais elevadas taxas de desaprovação da história do Brasil, com apenas 7,7% dos brasileiros a querer que ela continue no Planalto. 70,9% dos inquiridos consideram a sua gestão péssima, segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT/DMA), citados pelo meios de comunicação brasileiros.