Benfica. Vitória salvo à cabeçada

Benfica. Vitória salvo à cabeçada


Estreia do novo treinador na Luz estava complicada, até Mitroglou e Jonas oferecerem, de cabeça, os três pontos ao campeão. Triunfo difícil, que acabou em goleada:4-0.


PSG, Fiorentina, Red Bulls, América, Monterrey, Sporting. Rui teimava em não conseguir encontrar o apelido (Vitória) desde que se sentou no banco do Benfica. Os bicampeões nacionais precisavam o mais rápido possível de um triunfo que ajudasse a suavizar a transição do período pós-Jesus. Depois da derrota com o Sporting, os adeptos não tolerariam de ânimo leve mais um tropeção.

E apesar do resultado final, 4-0, a estreia em casa na Liga não foi nada fácil. Só nos últimos minutos as águias construíram o resultado. Foram Mitroglou e Jonas que deram, à cabeçada (dois grandes golos da nova dupla atacante), o primeiro triunfo a Rui Vitória.

“O que tenho a dizer é que isto entrará nos eixos…”, dissera o técnico encarnado na antevisão. Os três pontos demoraram a chegar, mas aterraram na Luz em forma de goleada. Um castigo pesado para o Estoril, que demonstrou sempre uma atitude positiva e uma vontade de discutir o resultado.

Equilibrado

Rui Vitória voltou ao 4x4x2 utilizado por Jorge Jesus durante as seis temporadas na Luz. Mitroglou estreou-se a titular, ao lado de Jonas. Depois o treinador apostou no regresso de Pizzi ao meio campo, manteve Nélson Semedo a lateral direito e deu a titularidade a Eliseu no flanco oposto. No centro – Jardel não recuperou –, Lisandro fez dupla com Luisão.

OBenfica demorou a entrar no jogo, deixando ver um Estoril ambicioso e a tentar pressionar em todo o campo. Apesar do domínio na posse de bola, os bicampeões nacionais demoraram 22 minutos até conseguirem o primeiro remate à baliza adversária.

Gaitán voltava a assumir-se, talvez ainda com mais destaque que na época passada, como o grande criativo do futebol encarnado. O argentino somava passes de grande qualidade, mas as rotinas da equipa ainda não estão devidamente trabalhadas.

Mitroglou garantia presença na grande área contrária, mas nota-se que o grego não está com o ritmo ideal. Aos 31 minutos colocou a bola na baliza, mas partira de posição irregular. A melhor ocasião do Benfica saiu do pé esquerdo de Luisão. Ocapitão encarnado rematou à entrada da pequena área e acertou na barra (40’).

Já nos descontos da primeira parte, Bonatini isola-se mas Júlio César evita, com uma grande defesa, que as águias saíssem a perder para o intervalo. Apesar dos 66% de posse de bola, a equipa de Rui Vitória não consegue ainda demonstrar a mesma assertividade e objectividade que tinha nos tempos de Jorge Jesus – é preciso também não esquecer que o antigo treinador vimaranense tem apenas um mês e meio de trabalho no clube.

Mágico Gaitán

A segunda parte começa com Júlio César a impedir novamente um golo. Gerso permite, dentro da pequena área, a defesa do brasileiro. Incrível. OBenfica continuava com dificuldade em incomodar Kieszek, e com isso crescia a confiança na equipa estorilista. Só aos 68 minutos as águias conseguem um lance perigoso, com Mitroglou a falhar após assistência de Jonas. Ainda em fase de adaptação, o grego mostra que quando afinar a pontaria será um caso sério.

Ojogo ia entrar para os últimos 15 minutos com 0-0 no marcador. Rui Vitória já tinha apostado em Talisca e Victor Andrade, mas o marcador teimava em sair do nulo. A paciência nas bancadas começava a escassear, até a dupla Jonas-Mitroglou ter acordado para a vida.

O novo reforço das águias faz o 1-0 de cabeça, libertando a ansiedade da equipa. A partir daí o Benfica cresceu e o Estoril ruiu como um castelo de cartas. Jonas marca o 2-0 de penálti e pouco depois assina um golaço de cabeça.

A divisão de pontos foi um cenário que ficou prontamente afastado. Antes do fim, ainda houve tempo para um golo de Nélson Semedo. Ojovem lateral aproveita um passe de génio de Gaitán (não marcou, mas fez duas assistências cruciais) e agradece a confiança do treinador em dar-lhe a titularidade num lugar que pertenceu nas últimas épocas a Maxi Pereira.

Quando o Benfica defrontar o Arouca, na próxima jornada, já o fará com muito menos pressão. A temporada 2015/16 arrancou com muitos soluços, mas a goleada pode ajudar a recuperar uma confiança em baixo.