Ri-te, ri-te, que logo choras


Mais importante do que resolver os défices comercial e orçamental, é saber como vamos ter mais casais a fazer mais bebés


A menos de dois meses das eleições, devíamos discutir política e não cartazes. O que os portugueses precisam saber é como os seus problemas serão resolvidos – e não quem são os infelizes que os partidos escolheram para figurar nos seus outdoors. Mas parece que há uma proporção direta entra a dimensão das nossas aflições e o tempo que dedicamos a futilidades. E isso vai dar cabo de nós.

Portugal é um país à beira da extinção. Talvez o afluxo crescente de turistas o esteja a disfarçar, mas o nosso saldo demográfico é tão negativo que daqui a uns anos estaremos reduzidos a dois terços do que somos agora. Minguando a população, diminuirá o mercado para as nossas lojas, pequenas empresas e prestadores de serviços, reduzindo a economia ainda mais e gerando menos oportunidades profissionais (e portanto mais emigração). E a segurança social, baseada num modelo redistributivo em quem trabalha é quem paga as reformas e pensões dos pensionistas e desempregados, ficará condenada à falência. E portanto, se queremos manter o país que herdamos dos nossos pais e avós, a primeira coisa a saber é como vamos repor o saldo demográfico. Mais importante do que resolver os défices comercial e orçamental, é saber como vamos ter mais casais a fazer mais bebés e como atrairemos mais imigrantes para se fixarem cá e se reproduzirem rapidamente. Até porque uma economia que registe um boom demográfico gera sempre mais oportunidades, ajudando ao crescimento económico. Mas enquanto andarmos todos a brincar com temas que não tem importância nenhuma, só estaremos a escavar alegremente mais um bocadinho da nossa própria sepultura.

Escreve à sexta-feira

Ri-te, ri-te, que logo choras


Mais importante do que resolver os défices comercial e orçamental, é saber como vamos ter mais casais a fazer mais bebés


A menos de dois meses das eleições, devíamos discutir política e não cartazes. O que os portugueses precisam saber é como os seus problemas serão resolvidos – e não quem são os infelizes que os partidos escolheram para figurar nos seus outdoors. Mas parece que há uma proporção direta entra a dimensão das nossas aflições e o tempo que dedicamos a futilidades. E isso vai dar cabo de nós.

Portugal é um país à beira da extinção. Talvez o afluxo crescente de turistas o esteja a disfarçar, mas o nosso saldo demográfico é tão negativo que daqui a uns anos estaremos reduzidos a dois terços do que somos agora. Minguando a população, diminuirá o mercado para as nossas lojas, pequenas empresas e prestadores de serviços, reduzindo a economia ainda mais e gerando menos oportunidades profissionais (e portanto mais emigração). E a segurança social, baseada num modelo redistributivo em quem trabalha é quem paga as reformas e pensões dos pensionistas e desempregados, ficará condenada à falência. E portanto, se queremos manter o país que herdamos dos nossos pais e avós, a primeira coisa a saber é como vamos repor o saldo demográfico. Mais importante do que resolver os défices comercial e orçamental, é saber como vamos ter mais casais a fazer mais bebés e como atrairemos mais imigrantes para se fixarem cá e se reproduzirem rapidamente. Até porque uma economia que registe um boom demográfico gera sempre mais oportunidades, ajudando ao crescimento económico. Mas enquanto andarmos todos a brincar com temas que não tem importância nenhuma, só estaremos a escavar alegremente mais um bocadinho da nossa própria sepultura.

Escreve à sexta-feira