Médicos, magistrados  e informáticos foram  a excepção na redução  de empregos desde 2011

Médicos, magistrados e informáticos foram a excepção na redução de empregos desde 2011


Número total de funcionários públicos baixou 10% entre Junho deste ano e o final de 2011. 


Os médicos, os magistrados e os informáticos foram a excepção na tendência de diminuição do número de funcionários públicos. Esta é uma das principais conclusões que se pode retirar dos dados da Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP). A do segundo trimestre de 2015, ontem divulgada pela Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), indica que o número total de empregos no Estado era de 654 600 no final de Junho, o que representa uma diminuição de mais de 72 694 (10%) em relação a Dezembro de 2011, o primeiro período com dados divulgados.

A análise do i permitiu concluir que, entre 20 profissões, só os médicos, os magistrados e os informáticos registaram um acréscimo do número de empregos no período em análise. No primeiro caso, a DGAEPcontabilizou 27 232 médicos a trabalhar no Estado no final do primeiro semestre deste ano. Apesar de se verificar uma quebra de 37 clínicos face ao trimestre anterior, a comparação com o final de 2011 dá um acréscimo de 2175 médicos – uma evolução surpreendente, tendo em conta que ainda esta semana a Federação Nacional deMédicos (FNAM) lamentava o facto de mais de três mil médicos terem pedido a reforma antecipada.

No caso dos magistrados, os dados da SIEP apontam para 3905 no final de Junho de 2015, o que representa mais uma centena do que em Dezembro de 2011. No caso dos informáticos, o aumento é ainda maior (274). Em Junho eram já 4881.

Professores lideram quedas A lista das profissões que mais funcionários perderam no período em análise é liderada pelos professores do ensino básico e secundário (e educadores de infância). Esta é, aliás, a área que mais pessoas emprega no Estado. No final do primeiro semestre eram 128 634, o que traduz uma quebra de 22 070 relativamente ao final de 2011.

No caso do ensino superior, os dados da DGAEPindicam que a diminuição do número de docentes dos institutos politécnicos foi superior à do universitário. Nos politécnicos existiam 8878 professores no final de Junho (menos 803 do que em 2011), enquanto nas universidades eram 13 773 (menos 150).

O pessoal de investigação científica também diminuiu, ao passar de 1774 em Dezembro de 2011 para 1401 em Junho deste ano. 
A segunda área que mais pessoas perdeu foi a das Forças Armadas, com um decréscimo de 3403 efectivos para um total de 30 244 no período em análise. As forças de segurança também registaram uma quebra significativa (-1964 para 51 841). Os enfermeiros surgem a seguir, com menos 1631 pessoas (para um total de 41 138).

Em relação às restantes categorias profissionais, destaque ainda para as quebras do número de diplomatas (-26 para 346), conservadores e notários (-60 para 622); pessoal de inspecção (-152 para 1572); bombeiros (-236 para 2028), oficiais de justiça (-817 para 7278); e registos e notariado (-471 para 4097).

Novas contratações sobem Apesar da descida em termos globais, os dados da DGAEP revelam, no entanto, que no último ano, e exceptuando o sector empresarial do Estado, as administrações públicas (central, regional e local) contrataram 10 887 trabalhadores, o que representa um aumento de 20% em relação ao período homólogo. Amaioria das contratações ocorreu sobretudo nos ministérios da Educação, Defesa, Administração Interna, Saúde e autarquias.