Os ministros das Finanças da zona euro já chegaram a Bruxelas, onde esta tarde decorre a reunião do Eurogrupo sobre o terceiro resgate à Grécia, cujo texto foi esta manhã aprovado pelo parlamento helénico. À entrada da reunião, as declarações mostram um misto de cautela e optimismo perante os últimos desenvolvimentos.
Jeroen Dijssebloem, líder do Eurogrupo, apontou a recapitalização da banca, a dívida pública grega e os moldes em que será criado o fundo para as privatizações dos activos gregos como os principais problemas ainda pendentes, prevendo que a reunião não decorra sem que surjam problemas. Apesar disso, o holandês disse aos jornalistas presentes em Bruxelas que espera "que no final da noite surja um desfecho positivo".
Em relação às questões levantadas esta semana pela nova análise à sustentabilidade da dívida grega – que deverá chegar aos 200% do PIB já em 2016 – Dijsselbloem apontou que esse será um tema analisado apenas em Outubro. "Esperemos que se encontre forma da dívida ser sustentável até lá e, caso necessário, faremos novas garantias para que o FMI possa entrar no resgate em Outubro, o que seria muito importante para nós."
Já Wolfgang Schäuble, ministro alemão que propôs a saída temporária da Grécia do euro, apontou à entrada da reunião que "no final do dia de hoje já haverá resultados". Já sobre a participação do FMI, o responsável pelas Finanças alemãs salientou que "o envolvimento do FMI é uma precondição" para os europeus aceitarem discutir o tema da dívida grega – isto quando o FMI tem apelado a cortes substanciais à dívida pública grega.
Também Michel Sapin, ministro das Finanças francês, falou aos jornalistas à chegada à reunião do Eurogrupo. Sapin saudou o esforço "muito importante" feito pela Grécia e pelas instituições, atirando para "o Outono" o calendário para os credores europeus aceitarem finalmente discutir o problemático nível de endividamento grego. "Temos que respeitar o nosso calendário. A recalendarização da dívida será discutida no Outono. Hoje [sexta-feira] temos que decidir se aceitamos o acordo para a Grécia."
O ministro das Finanças finlandês, Alexander Stubb, mostrou-se igualmente optimista. "Há uma atmosfera de optimismo na cidade", comentou no twitter pouco depois de chegar a Bruxelas.