O ministro das Finanças finlandês, Alexander Stubb, foi ao longo dos último meses uma das vozes da resistência a um terceiro resgate grego. Esta manhã, numa entrevista citada pela Bloomberg, o responsável afirmou que “as coisas parecem muito melhores agora” e que já há “indicadores de que o governo grego é mais sério, agora. O caminho para a recuperação já começou. Vai ser um caminho longo, mas atravessámos o pior da tempestade”, afirmou ainda Stubb.
O ministro finlandês adota, agora, um discurso bastante mais moderado, numa altura em que a Alemanha continua a insistir com a Grécia para que peça um novo empréstimo intercalar, ao invés de se apressar a fechar o programa de resgate. A Grécia pretende ter o acordo feito antes de dia 20 de Agosto, dia em que tem que reembolsar cerca de 4 mil milhões de euros a credores. “Se for preciso mais tempo, podemos dá-lo”, afirmou Stubb quando questionado sobre se o governo helénico devia seguir a proposta alemã. Recorde-se que Atenas já pediu um empréstimo intercalar no valor de cerca de 7 mil milhões de euros, que foi usado sobretudo para reembolsar o BCE.
“Se pudermos, entretanto, confirmar que as medidas que foram acordadas entre Grécia e credores foram totalmente implementadas, estaremos prontos para dar luz verde ao programa” de ajustamento, acrescentou ainda Stubb.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Timo Soini, pertencente ao The Finns – ou ‘Verdadeiros Finlandeses’, um partido de extrema-direita – que também tem sido um forte opositor a mais este resgate grego, parece no entanto ter mudado de ideias. Soini afirmou, há uns dias, que estaria disposto a negociar um pacote de ajuda mesmo que as negociações sobre o resgate a Atenas falhassem, justificando a sua posição com o facto de a alternativa – a provável saída da Grécia do euro – ser ainda mais dispendiosa.
Na mesma entrevista, Stubb afirmou que agora é hora de colocar os olhos na bola e prosseguir a difícil tarefa de levar o acordo entre Atenas e os credores a bom porto. “Acredito que não vamos assistir a uma falência grega, que a solução vai ser encontrada”, disse o ministro. “Já fizemos um caminho bastante longo”, concluiu.