O comandante operacional da Protecção Civil pediu ontem “mais cuidado” com o uso do fogo no Verão porque 90% dos incêndios têm origem humana. “Todos os dias, centenas de pessoas, de forma negligente ou descuidada ou por dolo, colocam fogo na nossa floresta. E isto é um trabalho de todos”, afirmou José Manuel Moura numa entrevista à agência Lusa, acrescentando que muitos incêndios acontecem “por descuido”.
Só ontem, até às 20h, registaram-se 167 fogos, que mobilizaram mais de três mil bombeiros. Ao final do dia, 13 ainda lavravam, incluindo o de Mangualde, que deflagrou na segunda-feira ao início da tarde e que ainda mobilizava quase 300 bombeiros, apoiados por cerca de uma centena de viaturas. Um outro incêndio, em Parada do Bouro, no concelho de Vieira do Minho, continuava com duas frentes activas e em Lamosa, no concelho de Sernancelhe, 71 bombeiros tentavam dominar três frentes de fogo. Um outro incêndio, em Valpaços, mobilizava por mais de 70 bombeiros.
Ontem, a Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (AsproCivil) defendeu que os incêndios florestais poderiam ser evitados se tivessem sido tomadas medidas de prevenção, deixando um apelo às autoridades para que trabalhem nesse sentido. A associação pede “prevenção, informação, fiscalização e autoprotecção” e áreas de protecção e acessos a meios operacionais, num trabalho que cabe a todos os agentes, incluindo os proprietários de terrenos, que devem limpá-los.
Só ontem, foram anunciadas três detenções de suspeitos de atearem fogos. A PJ deteve o suposto autor de dois incêndios na Póvoa de Varzim e um pastor de Vila Real, que vai responder por ter deitado quatro fogos. Um outro homem acabou detido por suspeitas de ter ateado dois fogos em Penacova.
Com Lusa