Quem não conhecer a história do Museu Isabella Stewart Gardner, em Boston, estranhará as molduras vazias suspensas nas paredes. Na noite de 18 de Março de 1990, dois homens disfarçados com fardas da polícia de Boston disseram a um segurança do museu que tinham sido chamados por causa de distúrbios e, uma vez no interior, manietaram dois guardas e puseram-nos na cave. A partir daí, puderam trabalhar à vontade: roubaram 13 pinturas com um valor estimado em 500 milhões de dólares. As molduras continuam lá, lembrando o incidente e à espera que as belas imagens que outrora continham regressem a casa.
Com esse objectivo, foram finalmente divulgadas há dias as imagens do circuito interno de vídeo gravadas na noite anterior ao golpe. Disponíveis no YouTube, mostram um homem não identificado a entrar no museu sem autorização. As autoridades esperam que o vídeo de seis minutos ajude a encontrar novas pistas.
Nascida em 1840, Isabella Stewart Gardner foi uma coleccionadora e filantropa norte-americana. Após a morte de um filho, em 1875 fez uma viagem com o marido pelo Médio Oriente e Europa, começando a constituir o núcleo do futuro museu. O edifício, inspirado nos palácios venezianos do Renascimento, desenvolve-se em torno de um pátio central coberto por uma estrutura de vidro.
O golpe da noite de 18 de Março de 1990 foi o maior roubo de arte de sempre e permanece envolto em mistério. O saque rendeu aos criminosos obras de Rembrandt (A Tempestade no Mar da Galileia), Vermeer (O Concerto) Manet e outros mestres da pintura ocidental. Ao fim de 25 anos o paradeiro das obras-primas permanece desconhecido, apesar da recompensa de 5 milhões de dólares prometida a quem fornecer pistas que levem à sua recuperação.
Em 2013, o FBI revelou que conhecia a identidade dos autores do golpe. Infelizmente, isso de nada serviu para a investigação: ambos os homens tinham morrido entretanto.