E se Shakespeare não estivesse sóbrio ao escrever “Romeu e Julieta”?

E se Shakespeare não estivesse sóbrio ao escrever “Romeu e Julieta”?


Foram feitas análises aos cachimbos utilizados por Shakespeare há 400 anos e as suspeitas de muitos estão agora mais próximas da verdade. O dramaturgo provavelmente fumou mais do que apenas tabaco.


William Shakespeare, o famoso poeta e dramaturgo britânico, pode ter escrito algumas das suas peças sob o efeito de drogas. É provável que agora venha a olhar para as suas obras de maneira diferente, mas o certo é que alguns dos seus sonetos sugeriam isso mesmo.

Foram enviados para análise resíduos de vários cachimbos encontrados no jardim onde o dramaturgo escrevia, em Stratford-Upon-Avon, no Reino Unido. Os cientistas sul-africanos descobriram então que os cachimbos de William Shakespeare, enterrados há 400 anos no seu jardim, contêm vestígios de canábis, algo que nos leva a crer que algumas das peças do dramaturgo tenham sido escritas sob o efeito desta planta.

Esses resíduos do início do século XVII foram analisadas em Pretoria, na África do Sul utilizando uma sofisticada técnica que não é destrutiva, chamada cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa, noticia o “Independent”.

Nas amostras emprestadas pelo Shakespeare Birthplace Trust à Universidade de Witwatersrand, foi encontrado canábis em oito delas. Encontrou-se ainda vestígios de cocaína em outras amostras, mas nenhuma das amostras vinda do jardim do dramaturgo.

Ainda assim, os sonetos de Shakespeare sugerem que ele estava familiarizado com os efeitos de ambas as drogas.

Segundo os investigadores, na época as folhas de canábis eram consumidas como se fossem tabaco, mas por engano. O “Telegraph” adianta que alguns sonetos do britânico dão a entender que ele estava ciente dos efeitos destas drogas.

No soneto 76, por exemplo, Shakespeare escreveu sobre a “invenção de erva”, algo que leva a interpretar que o dramaturgo possivelmente consumia erva ou canábis enquanto escrevia.

Ainda no mesmo soneto, aparece que ele preferia não ser associado a “compostos estranhos” e fala em “drogas estranhas” que podemos interpretar como sendo a cocaína.