Breaking Bad. Estudantes inspiram-se na série e dissolvem corpo em ácido

Breaking Bad. Estudantes inspiram-se na série e dissolvem corpo em ácido


Os homicidas traficavam droga, a vítima devia-lhes seis mil euros. Todos universitários


Ela tinha 23 anos e uma dívida com os dealers que lhe vendiam drogas. Todos estudantes universitários. Franceses. Bateram-lhe à porta, ela não tinha o dinheiro e eles, inspirados na série televisiva norte-americana Breaking Bad, decidiram retaliar desfazendo-se do corpo de Eva Bourseau usando ácido.

Só que a realidade consegue sempre complicar mais as coisas do que aquilo que serve a um argumento de ficção. Nos dias que se seguiram ao homicídio, os autores do crime visitaram o apartamento algumas vezes para assistirem à evolução da decomposição, substituir os ambientadores para disfarçar o cheiro e roubar tudo o que tivesse valor.

Como não conseguia que a filha lhe atendesse o telefone, preocupada, a mãeda vítima acabou por ir até ao apartamento, em Toulouse, no sul de França. Encontrou o corpo da filha num boião de plástico com sinais claros de espancamento e em avançado estado de decomposição. A dívida da filha aos traficantes era de 6 mil euros.

Fazemos fast-forward e assim que a polícia deteve os suspeitos, um dos três jovens, com entre 19 e 23 anos, rapidamente cedeu, admitindo que tinham tirado a ideia da série norte-americana de sucesso, em que um professor do ensino secundário descobre que tem cancro e serve-se dos seus avançados conhecimentos na disciplina que ensina, química, associando-se a um antigo estudante que deu em pequeno criminoso, para começarem a fabricar e a vender metanfetaminas. De zero a barão, pelo caminho vai sendo necessário eliminar a concorrência. Para se livrarem do corpo de um dos rivais usam o tal método de dissolver o corpo em ácido. A série faz da química uma vantagem bestial, introduzindo alguns factos pouco conhecidos, como a necessidade de usar um recipiente de plástico porque qualquer outro material, como o metal, seria corroído pelo ácido.

Descritos como “brilhantes”, os três estudantes desta história da vida real decidiram fazer vida de gangsters e começaram a vender anfetaminas aos colegas. Dois deles visitaram Bourseau, que estava em casa a estudar. História de Arte era o curso que frequentava. Ao não receberem o que tinham vindo buscar, os dois jovens sovaram-na freneticamente com um pé de cabra e soqueiras.

Depois disso, não se inquietaram. Os verdadeiros gangsters são tipos frios. Compraram o recipiente de plástico e o ácido. Estavam até conscientes de que seriam precisos vários dias para o corpo se dissolver completamente, mas achavam que tinham a situação controlada. O que não previram era que a mãe, sem notícias da filha há duas semanas, acabaria por visitar o apartamento.

Dois suspeitos foram constituídos réus, e um terceiro foi dado como cúmplice. Pierre Alfort, o advogado de um deles – estudante de engenheiria –, explicou que o cliente “se perdeu quando começou a frequentar as festas e a vida nocturna local”.