As instituições europeias e Atenas preparam-se para um fim-de-semana de longas negociações, procurando desta forma desenhar o memorando de entendimento – metas, condições e medidas a implementar – até à próxima segunda-feira. A Grécia terá que saldar 3,2 mil milhões junto do BCE no próximo dia 20 de Agosto, sendo essa a principal razão para o ritmo acelerado das negociações.
Ao contrário dos credores e de Atenas, a Alemanha tem manifestado preocupações com o avanço acelerado do dossier, já que vêem com melhores olhos a hipótese de se avançar com um novo empréstimo-ponte a Atenas, ganhando-se assim espaço para desenhar um memorando com mais tempo.
Caso surja um acordo até dia 10, segunda-feira, então o parlamento grego será chamado a votá-lo provavelmente no dia 14, próxima sexta-feira, dia em que também os restantes países da zona euro poderão debater ou votar sobre o mesmo, como no caso alemão, onde a câmara baixa será sempre chamada a votar o empréstimo à Grécia.
Em causa está um resgate avaliado (até ao momento) em 86 mil milhões de euros a três anos. Caso as negociações resultem na conclusão do memorando, Atenas fica em condições de obter acesso a uma primeira tranche do novo empréstimo: receberá 20 mil milhões de empréstimo, verba que já está totalmente "capturada": 7 mil milhões servem para saldar dívidas cujo prazo já passou, 10 mil milhões seguem para a banca e o resto fica para pagar ao BCE.
Em declarações à Bloomberg, Mina Andreeva, porta-voz da Comissão Europeia, salientou que "os especialistas europeus estão no terreno a trabalhar já no texto do memorando de entendimento. Estamos a tentar obter progressos rápidos de forma a que haja um acordo definitivo, de preferencia antes de 20 de Agosto".
Segundo a mesma fonte, há ainda alguns pontos a dividir credores e Atenas à entrada do fim-de-semana, como por exemplo a quantidade de reformas que serão exigidas a Atenas antes de receber o primeiro cheque.
