Entre Janeiro e Junho deste ano, o Estado grego registou uma quebra de 8,5% nas receitas fiscais, segundo os números relativos à execução orçamental do país. Além da quebra abrupta nas receitas fiscais, destaque também para o forte recuo na despesa pública do país:menos 12,3% em seis meses.
A quebra nas receitas fiscais registada até Junho ter-se-á agravado ainda mais desde então, sobretudo devido ao bloqueio económico imposto pelos credores ao país. A actividade bancária foi congelada a 28 de Junho e a bolsa esteve cinco semanas sem operar, tendo reaberto apenas esta semana – depois de dois dias de fortes perdas, o índice iniciou uma ligeira recuperação na quarta e quinta-feira, com destaque para a banca, que ganhou 17,78% esta quinta-feira.
A abrupta queda das receitas fiscais e também dos níveis de despesa pública no primeiro semestre do ano ocorreu ainda antes do governo de Alexis Tsipras ser obrigado pelos credores a legislar mais austeridade de forma a desbloquear a situação económica em que o país foi colocado. Os números levantam agora ainda mais preocupações relativamente ao impacto que as novas rondas de austeridade impostas pelos países da zona euro vão ter na economia e nos níveis de pobreza do país.
As negociações para o terceiro resgate, que acarreterá consigo um nível de austeridade superior ao dos anteriores, continuaram ao longo desta semana. Atenas tem que saldar um pagamento de 3,2 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE) até 20 de Agosto, desejando terminar as negociações com os credores a tempo útil de receber a primeira tranche do novo empréstimo e assim pagar ao BCE – caso contrário será obrigada a recorrer a um novo empréstimo-ponte, mais caro.
Atenas negoceia com os credores um resgate orçado em 86 mil milhões de euros para os próximos três anos, valor que só é tão elevado dada a instrasigência europeia (leia-se alemã) de avançar com um alívio à dívida pública grega, que depois deste novo resgate superará os 200% do PIB da Grécia.