O fornecimento da vacina contra a tuberculose (BCG) só deve ficar regularizado no final deste mês, segundo a Direcção-Geral da Saúde, que lembra que se trata de um problema de produção do laboratório que a fabrica para a Europa.
A subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse ontem à agência Lusa que a última informação disponível aponta que a vacina BCG só volte a estar disponível no fim de Agosto, depois de estar indisponível nos hospitais e centros de saúde desde Maio. Em Portugal, a vacina, que faz parte do Plano Nacional de Vacinação, é administrada à nascença nos hospitais e já não é a primeira vez que se esgota durante períodos longos.
As dificuldades de fornecimento, que começaram a sentir-se em meados de Março, estão ligadas a problemas com a produção no único laboratório que fabrica a vacina para a Europa, um laboratório público na Dinamarca. A regularização do fornecimento devia ter acontecido no início deste mês, mas, segundo Graça Freitas, os lotes da vacina não revelaram conformidade de segurança total. “Assim, não vamos ter esses lotes, mas estamos à espera de lotes novos para finais de Agosto”, acrescentou.
Quando a situação for regularizada, as crianças que não foram vacinadas à nascença começarão a ser chamadas para receber as vacinas nos centros de saúde, que deverão gerir os seus stocks.
A Direcção-Geral da Saúde tem insistido que o problema de fornecimento da BCG “não constitui risco para a saúde pública”, até porque a prevenção e o controlo da tuberculose se baseia em várias medidas “além da vacinação dos recém-nascidos”.
A única vacina BCG que está autorizada em Portugal, e na maioria dos países europeus, é produzida por um laboratório público da Dinamarca, mas nos últimos anos o fornecimento tem sofrido interrupções de duração variável.
Esta vacina tem uma validade mais curta que as outras vacinas do Programa Nacional de Vacinação, não permitindo armazenamentos de longo prazo.