Mão Travessa. Dos crepes da Francisca à cozinha recheada

Mão Travessa. Dos crepes da Francisca à cozinha recheada


Andaram com uma pão-de-forma, espalharam-se pelo Mercado do Bom Sucesso, mas foi na Miguel Bombarda que decidiram crescer e pôr a toalha em cima da mesa.


A ideia foi alargar o conceito sem “condicionalismos e normas de mercado”. Francisca Pereira e Susana Branco abriram o Mão Travessa, no Porto, anos depois de se terem tido sucesso com os crepes da Francisca, que começaram por fazer. Hoje têm um crepe de bacalhau assinado pelo chefe Luís Américo, do Cantina 32, no Porto.

A esplanada do Homem do Leme, na Foz, foi a rampa de lançamento da arquitecta Susana Branco e da amiga de longa data Francisca Pereira, ambas do Porto, amigas e com vontade de progredir na restauração da cidade da moda. Chegaram a ter uma carrinha Volkswagen pão-de-forma que deslocavam para uma série de eventos pontuais, como o Meo Sudoeste ou as festas de Serralves. Ou como ir atrás do negócio. 

A seguir apareceu o Mercado do Bom Sucesso, na zona da Boavista, no Porto, com quatro bancas distintas com o nome Ar de Portugal: uma de tapas, outra de crepes, a terceira de bruchetas e a última de vinhos CARM. A “concorrência desleal” e as limitações impostas levaram--nas a procurar um espaço próprio, que haveriam de descobrir na movimentada Rua Miguel Bombarda, junto ao espaço pedonal de Cedofeita. No centro da Invicta, palco da movida portuense, o Mão Travessa, aberto há poucas semanas, reúne crepes, tapas, bruchetas, vinhos e saladas que anteriormente estavam dispersas e fazem questão de acrescentar o chocolate, os cocktails, os sumos e gelados que fazem parte da nova carta.

Clientes fidelizados O novo espaço tem cinco pessoas a trabalhar em permanência e, segundo as proprietárias, “está a correr muito bem, com bom retorno e já com capacidade de fidelizar clientes”, dizem-nos. Entre as inúmeras propostas, as tapas em fatias de pão – são de sardinha, choquinhos, atum ou anchova, de figos em vinho do Porto e chèvre – vão marcando pontos, mais os pimentos padron recheados com atum. As bruschetas podem ser de presunto de Parma com cogumelos frescos, tomate e mozzarela. Ou a Nórdica, com rúcula, requeijão, ovas, tomate, alcaparras, cereja e salmão fumado.

Na variedade de crepes – os que, no fundo, deram origem a esta viagem de sabores – há, além do tal de autoria do chefe Luís Américo, o crepe com ovos moles de Aveiro ou o de caramelo artesanal. Percebes que chegam todos os dias em mão, sapateiras ou mesmo o genuíno pão-de-ló de Ovar são surpresas de um estabelecimento a meio caminho entre o centro da Boavista e o centro da baixa portuense. Não há que enganar.

Rua Miguel Bombarda 38, Porto 223 189 596