O governo grego espera que as negociações com os credores internacionais relativas ao terceiro resgate do país estejam concluídas até 18 de Agosto, dois dias antes da data limite para a Grécia pagar 3,2 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE). “A primeira fase das negociações termina hoje e arranca a segunda fase, que inclui já os detalhes que enquadram a proposta”, revelou Olga Gerovasili, porta-voz do governo grego. “Se as exigências feitas na cimeira europeia estiverem cumpridas, penso que teremos um acordo no dia 18 deste mês”, concluiu, em declarações à Skai TV.
Depois de no início desta semana as autoridades gregas e as dos credores terem chegado a um entendimento ao nível da nova austeridade a impor aos reformados – que afinal não terá efeito retroactivo a Junho de 2015, não apanhando portanto os que se reformaram até então -, esta terça-feira as discussões estão centradas nas necessidades de recapitalização do sector bancário do país e também com as apertadas metas impostas a Atenas ao nível de receitas a obter com privatizações.
Apesar das previsões para que se chegue a um acordo até dia 18 de Agosto, a data já fica demasiado próxima do pagamento ao BCE agendado para dia 20. Depois do acordo entre Atenas e os credores a proposta ainda terá que ser votada em alguns parlamentos europeus.
Assim, e para evitar que Atenas volte a cair em incumprimento, agora junto do BCE, estuda-se a hipótese de ceder um segundo empréstimo-ponte ao país. Nesse sentido, o Conselho Europeu já aprovou as alterações necessárias ao Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, alterações essas que passaram por blindar os países da UE28 que não estão no euro.
Esta terça-feira, segundo dia em que a bolsa de Atenas voltou à actividade depois de cinco semanas fechada, o sector bancário continuou a ser fortemente penalizado pelos investidores. Depois da desvalorização de 16,3% registada na bolsa grega na segunda-feira, alimentada pela queda de 30% das acções da banca, esta terça-feira a cotação geral está mais controlada, recuando apenas 1,22%. Já os bancos continuaram a ser castigados, destacando-se as quedas de 26% a 29,7% das principais instituições financeiras gregas.
