A escassez de trabalho na televisão e na moda levam muitas figuras públicas a optarem por profissões que lhes garantem estabilidade profissional de forma a não ficarem dependentes de convites que podem nunca aparecer. A actriz Raquel Loureiro é um desses casos e trocou a representação pelo ramo da imobiliária devido ao “pouco interesse dos projectos que apareceram”. A opção foi tomada na sequência de vários convites e de uma longa reflexão. E apesar de confessar que “devia ter chegado mais cedo”, tem a certeza que já se sente apaixonada.
No entanto, o novo desafio não a impede de continuar a sonhar com a representação. Raquel Loureiro não fecha a porta ao cinema e ao teatro, embora esteja mais concentrada nestes novos desafios, como é o ramo imobiliário, mas também a música e o apoio às causas solidárias.
Ainda assim, a experiência enquanto actriz deixou-lhe marcas positivas e negativas. Durante a conversa com o i garantiu não sentir “mágoa”, mas fez algumas críticas à forma como se gerem as carreiras em Portugal. No seu entendimento “em Portugal não se dá valor aos bons profissionais, mas a quem é descartável e anda à procura de um minuto de fama”. Por causa destes factores aconselha os mais novos a “procurarem trabalho fora de Portugal porque existem poucas oportunidades para quem quer construir uma carreira”. No entanto, sugere que os mesmos apostem na formação.
A música também ocupa um espaço importante na sua vida profissional. O gosto pela actividade que qualifica como hobby também se deve à influência do pai e dos amigos. Há um ano começou a passar música em eventos privados, mas deseja ser convidada para tocar em festivais. No entanto acredita que ainda precisa de treinar para conseguir conquistar mais público.
Ao longo dos últimos anos esteve envolvida em vários projectos de solidariedade, como foi o caso do “Mulheres de Vermelho”, a favor da Fundação Portuguesa de Cardiologia, e numa iniciativa da EDP em parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Raquel Loureiro entende que “as figuras públicas são as pessoas mais indicadas para defender e apoiar as causas sociais porque transmitem facilmente a mensagem”.
A solidariedade não é uma marca exclusiva das pessoas importantes, mas de todos os portugueses. Contudo, ainda existe pouca iniciativa na sociedade portuguesa. A agente imobiliária considera que a maior parte das pessoas “necessitam de mais criatividade, inovação e evolução porque estamos presos e agarrados a uma cultura de dependência”.