A Romana dos balões

A Romana dos balões


Era uma tradição entre a miudagem de férias na praia de Santa Cruz: ir buscar um balão à Romana, bem no centro da vila.


“Hoje, alguns trazem os filhos para virem buscar o balão”, conta a proprietária da tabacaria-papelaria, Maria Romana, de 75 anos. 

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De portas abertas há 44 anos, vende todas as revistas e mais algumas, lãs e linhas, artigos de papelaria, jogos de tabuleiro e alguns livros – tudo o que é preciso para desfrutar de umas boas férias à beira-mar e pôr a leitura em dia.

Natural de Torres Vedras, Maria Romana tem acompanhado a evolução da vila, de um lugar só frequentado pelos locais à enchente de veraneantes e muitos estrangeiros, nos últimos tempos abalada pela crise. Ainda assim, o pior é de Inverno; por ali é bastante agreste e não atrai quase ninguém.

“Ficamos isolados”, diz. Mais do que o negócio em si, Maria Romana gosta do contacto com o público e de acompanhar as famílias – atendimento personalizado que a ocupa todo o dia. Cumpre sempre o mesmo ritual.

Ao fim do dia, quando não tem vagar durante o horário de expediente, lê os jornais todos de uma ponta a outra antes de fazer as devoluções. Gosta do mundo das notícias e de saber sobre assuntos, até para depois poder conversar com a clientela.

Para descansar a cabeça, acha que não há melhor que olhar para o mar e ver o penedo do Guincho, ex-líbris da praia de Santa Cruz. Fica a sugestão.