Manhas


Manchetes, aberturas de telejornais, retrospectivas de vida… qual quê, nada, zero, o quarto poder só “amaciou” a notícia. 


Na passada semana chamei aqui a atenção para o desmesurado domínio do chamado quarto poder na opinião pública. Por defeito ou omissão, o que não tem “visibilidade” acaba por não existir, torna-se insignificante, não pesa, não condiciona.

Os filtros são sábios, andam escondidos, e só o tom das agendas e dos bites acaba por denunciá-los. E convenhamos que a percepção de tantas e múltiplas manhas não está ao alcance de todos, sobretudo num país onde dois terços das pessoas não conseguem interpretar um texto e apenas comem e papagueiam o que lhes dão as manchetes. 

Ora acontece que sinto sempre um certo orgulho quando os telejornais abrem com a notícia de um prémio para Portugal, no judo, no atletismo ou no futebol de praia. É bom ganhar troféus internacionais, ficar à frente, dá-nos ânimo. Só que, pelos vistos, há prémios e prémios, e uns “mais iguais que outros”.

E mais prémios ainda haverá que a opinião pública desconhece ou, conhecendo-os, não lhes dá a importância que realmente têm, porque o quarto poder só lhes deu rodapé.

A notícia já tem uns dias: a ONU instituiu um prémio quinquenal, de vida, apreciado por um júri de inequívoca estatura e expressão mundial, o Prémio Nelson Mandela.

O nome, por si só, deixa adivinhar e revela a importância que tem. E a verdade é que foi Jorge Sampaio o primeiro vencedor, assim reconhecido enquanto figura digna do exemplo de Mandela. Não é só o próprio a ganhar o prémio, é Portugal, como ele fez questão de sublinhar. Manchetes, aberturas de telejornais, retrospectivas de vida… qual quê, nada, zero, o quarto poder só “amaciou” a notícia. E porquê? É que nem todos somos burros, e a vergonha falece.

Manhas


Manchetes, aberturas de telejornais, retrospectivas de vida... qual quê, nada, zero, o quarto poder só “amaciou” a notícia. 


Na passada semana chamei aqui a atenção para o desmesurado domínio do chamado quarto poder na opinião pública. Por defeito ou omissão, o que não tem “visibilidade” acaba por não existir, torna-se insignificante, não pesa, não condiciona.

Os filtros são sábios, andam escondidos, e só o tom das agendas e dos bites acaba por denunciá-los. E convenhamos que a percepção de tantas e múltiplas manhas não está ao alcance de todos, sobretudo num país onde dois terços das pessoas não conseguem interpretar um texto e apenas comem e papagueiam o que lhes dão as manchetes. 

Ora acontece que sinto sempre um certo orgulho quando os telejornais abrem com a notícia de um prémio para Portugal, no judo, no atletismo ou no futebol de praia. É bom ganhar troféus internacionais, ficar à frente, dá-nos ânimo. Só que, pelos vistos, há prémios e prémios, e uns “mais iguais que outros”.

E mais prémios ainda haverá que a opinião pública desconhece ou, conhecendo-os, não lhes dá a importância que realmente têm, porque o quarto poder só lhes deu rodapé.

A notícia já tem uns dias: a ONU instituiu um prémio quinquenal, de vida, apreciado por um júri de inequívoca estatura e expressão mundial, o Prémio Nelson Mandela.

O nome, por si só, deixa adivinhar e revela a importância que tem. E a verdade é que foi Jorge Sampaio o primeiro vencedor, assim reconhecido enquanto figura digna do exemplo de Mandela. Não é só o próprio a ganhar o prémio, é Portugal, como ele fez questão de sublinhar. Manchetes, aberturas de telejornais, retrospectivas de vida… qual quê, nada, zero, o quarto poder só “amaciou” a notícia. E porquê? É que nem todos somos burros, e a vergonha falece.