A iniciativa que decorreu durante a manhã de segunda-feira serviu para assinalar o primeiro Dia Mundial do Cancro da Cabeça e Pescoço, uma doença que em Portugal mata três pessoas por dia.
Ana Castro, médica oncologista no Centro Hospitalar do Porto, adiantou à Lusa um total de 288 rastreios gratuitos baseados na observação do paciente, referindo que 10% dos doentes foram inscritos em exames posteriores por possuírem lesões suspeitas.
A especialista é também presidente do Grupo de Estudos de Cancro da Cabeça e do Pescoço e, em jeito de balanço, referiu a necessidade de "alertar a população para os sintomas [desta doença]", destacando as feridas na boca como a evidência mais frequente de carcinoma oral.
"[Esta iniciativa] é uma tentativa de diagnóstico precoce", esclareceu a médica, uma vez que, numa fase inicial da doença, o tratamento destes cancros tem uma taxa de sucesso de 80 a 90 por cento.
Em Portugal, os cancros da cabeça e pescoço são a quarta doença com maior incidência nos homens quando se agrupam as diferentes localizações dos tumores (laringe, faringe, cavidade oral e nasofaringe).
Anualmente há cerca de 2.500 novos casos da doença em Portugal e cerca de 85% das vítimas são fumadores ou ex-fumadores. O rastreio é considerado fundamental, sobretudo para pessoas com hábitos tabágicos ou de consumo excessivo de álcool.
As unidades onde se realizaram rastreios gratuitos à população foram o Hospital de Santo António (84 rastreios), o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures (36), o Instituto Português de Oncologia do Porto (35), o Hospital de Santa Maria (21), o Hospital de São João (20), o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia – Espinho (20), o Instituto CUF das Descobertas (18) e do Infante Santo (16), em Lisboa, a CUF Porto Hospital (10) e Instituto (10), o Hospital da Luz (10) e a Clínica Quadrantes de Miraflores (8), em Oeiras.
Lusa