O painel de cinco consultores independentes do governo alemão refere que a crise grega revelou uma necessidade urgente de tornar a zona euro mas estável, e que nesse sentido deve ser criado um mecanismo de insolvência para os Estados-membros, que ajude a prevenir futuras crises, e que permita que países abandonem o euro como último recurso.
Num relatório divulgado esta terça-feira, 28 de Julho, e citado pela Reuters, os ‘wisemen’ escrevem ainda que a união bancária europeia deve ser reforçado, e que deve ser implementado um mecanismo que permita a falência ordenada de um país.
“Tornar a zona euro responsável, colectivamente, por custos potenciais [com insolvências], sem que os Estados-membros abdiquem da soberania nacional em questões orçamentais e económicas tornará – mais cedo ou mais tarde – a união económica mais instável”, escrevem os especialistas.
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, tem sido um dos grandes defensores da saída ad Grécia do euro. Aliás, o responsável conseguiu mesmo que o documento aprovado pelo Eurogrupo tivesse uma cláusula que previa a saída temporária de Atenas da moeda única, no caso de não ser possível chegar a um entendimento em relação ao programa de ajustamento. A cláusula seria retirada mais tarde, na Cimeira Europeia, mas Schäuble continuou a defender a sua posição.
Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças grego, viria nos dias seguintes afirmar que esse sempre foi o plano do responsável alemão, que por várias vezes a tinha proposto aos líderes helénicos.
