Síria. Assad reconhece que o seu exército está com falta de soldados

Síria. Assad reconhece que o seu exército está com falta de soldados


Presidente sírio justificou a retirada de algumas zonas do país com a “falta de recursos humanos”.


Numa rara aparição para discursar ao país, o presidente sírio Bashar al-Assad reconheceu este domingo que o seu exército está reduzido, mas defendeu que as suas forças mantêm capacidade para defrontar os rebeldes e o grupo do autoproclamado Estado Islâmico. 

Assad, que falava em Damasco, a capital da Síria, disse que qualquer "diálogo que não esteja assente em combater o terrorismo não terá significado".

O exército sírio chegou a ter 300.000 membros, mas ficou fortemente reduzido devido a mortes e deserções, facto que, cita a AFP, Assad reconheceu hoje publicamente.

"Há falta de recursos humanos" no exército, disse, dirigindo-se a representantes de organizações económicas num discurso transmitido em directo pela televisão estatal síria. "Mas isso não significa que possamos falar em colapso", sublinhou. "Iremos resistir (…) as forças armadas são capazes de defender o país", disse.

Assad, que entre os seus oponentes conta com o movimento jihadista denominado Estado Islâmico e com grupos rebeldes ligados à Al-Qaeda, também se referiu à retirada do exército de determinadas zonas do país.

Nos meses recentes, as forças governamentais foram empurradas de quase toda a província do noroeste de Idlib, como também perderam a cidade de Palmira.

"Há áreas onde queremos mostrar o nosso compromisso", disse, mas "o exército não pode estar em toda a parte do território".

Mais de 230.000 pessoas foram mortas na Síria desde que a repressão dos protestos anti-regime desencadearam uma guerra civil, que dura há mais de quatro anos. Com Lusa