Um investimento superior a cinco milhões de euros.
A informação foi avançada este sábado à agência Lusa pelo administrador da fábrica portuguesa, Luciano Costa, à margem da participação da empresa na Feira Internacional de Luanda (Filda), que termina no domingo, mercado para o qual já exporta anualmente 80 mil euros em chocolates, sobretudo na época de Natal e da Páscoa.
Segundo o administrador, a unidade angolana já tem projeto e investidores, envolvendo a construção de uma fábrica integrada na zona de Luanda. Incluirá produção própria, sob a marca Avianense, tirando também partido da proximidade a São Tomé e Príncipe para importar a matéria-prima daquele país, e prevendo a exportação da produção de chocolate para os países daquela região do continente africano, a partir de Angola.
“É real, é real. Já tenho o projeto do investimento, cerca de cinco milhões de euros, possivelmente para instalar a fábrica mesmo em Luanda. Mas para fazer a transformação do início até ao fim e possivelmente com cultura de cacau própria”, explicou Luciano Costa.
Acrescentou que a futura fábrica – projecto condicionado nesta fase pelas dificuldades de investimento no país com a crise do petróleo – contará com cerca de 35 trabalhadores e vai laborar 24 horas por dia, para produzir seis toneladas de chocolate diariamente.
“Penso que dentro de três a quatro anitos [iniciar a laboração] e com a marca Avianense”, assumiu o empresário português.
Fundada em 1914, a fábrica de chocolates Avianense foi declarada falida pelo Tribunal Judicial de Viana do Castelo em 24 de setembro de 2004 devido a dívidas de 2,155 milhões de euros, sendo o Estado então o maior credor ao reclamar 1,142 milhões de euros relativos ao IRS, IVA e à Segurança Social.
A marca Avianense, bem como os equipamentos e a frota da empresa, foram arrematados por cerca de 150 mil euros por Luciano Costa que, em agosto de 2005, começou da “estaca zero” e retomou o fabrico dos chocolates aproveitando as instalações de uma fábrica de confecções em Durrães, no concelho de Barcelos, de que era dono.
Entretanto, e enquanto tenta conquistar em definitivo o mercado angolano, a histórica marca de chocolates do Alto-Minho já se mudou para novas instalações, fruto de um investimento de quase dois milhões de euros, no mesmo concelho, a inaugurar oficialmente em Setembro, anunciou o empresário.
A fábrica factura anualmente cerca de 1,5 milhões de euros, em cerca de 60 toneladas, empregando 15 trabalhadores.
Lusa