Maria Elisa “preparadíssima” para apoiar António Costa

Maria Elisa “preparadíssima” para apoiar António Costa


“A forma como o governo governou não serve o país”.


“Apoiei António Costa duas vezes para a Câmara Municipal de Lisboa, acho que foi um óptimo presidente, e estou preparadíssima para o apoiar agora.” Foi assim, de forma inequívoca, que Maria Elisa manifestou o seu apoio ao líder do PS em declarações ao i.

A jornalista, ex-directora de programas da RTP e da SIC e escritora – acabou de lançar o livro “Confissões de Uma Mulher Madura” – foi, entre Março de 2002 e Novembro de 2003, deputada à Assembleia da República, nas listas do PSD pelo círculo de Castelo Branco. Maria Elisa diz nunca ter pensado em voltar a ter uma presença activa em termos políticos, mas afirma-se disponível para António Costa. “Aquilo que ele me pedir, com certeza que farei.”

Maria Elisa e o líder do PS conhecem-se há cerca de 30 anos, altura em que a jornalista – juntamente com Maria Antónia Palha, mãe de António Costa, e Margarida Marante – foi despedida da RTP por acusação de incompatibilidade com os cargos que as três assumiam em revistas femininas, tendo sido António Costa o advogado da mãe.

“Ele era muito jovem, mas ficou-me sempre a ideia de que era uma pessoa que pensava bem e que defendia as causas em que acreditava. Fui mantendo sempre contacto com ele e entrevistei-o várias vezes”, afirma ao i.

Esse contacto tornou-se mais próximo quando Maria Elisa foi deputada. A jornalista afiança que António Costa foi um dos responsáveis por que se mantivesse dois anos na bancada parlamentar do PSD. “Foi horrível, foi uma agonia. Mas tinha amigos lá dentro que me ajudaram. Alguns dos quais na bancada do PSD, como a Graça Proença de Carvalho e a Clara Carneiro.

Mas as pessoas que mais me ajudaram, curiosamente, eram do PS: o Dr. Medeiros Ferreira, o Dr. Fausto Correia e o António Costa. E a Dr.a Maria de Belém! Foram eles que me agarraram ali. Apoiaram-me muito e devo-lhes isso. Nunca me esquecerei.”

Maria Elisa aceitou o convite de Durão Barroso para ser deputada, num momento em que a discussão acerca da gestão da RTP se intensificou. No entanto, nunca encontrou o seu lugar na Assembleia, e muito menos no PSD.

Senti-me encurralada “Acreditava muito no projecto do Dr. Durão Barroso para Portugal. Claro que, se soubesse que o entretenimento do presidente da comissão de Ética [Jorge Lacão] seria pôr-me na rua, como se não houvesse mais nada mal no país… Senti-me totalmente encurralada, no centro do ciclone, sem a menor defesa. E esvaziada de lutas. Não me deixavam dizer nada! Fui muito ingénua: não me apercebi do ódio que os partidos têm aos independentes”, confessa. 

Aí terá sido fundamental o papel de António Costa para que não renunciasse imediatamente e ainda se mantivesse em funções durante dois anos.

A jornalista retribui agora esse apoio. “Embora não goste de muitas das pessoas do PS de quem ele está rodeado, acredito nele. É uma pessoa séria e honesta – não estou a dizer que estes não são –, mas acredito que nos vai ajudar a sair disto. Porque este projecto, a forma como este governo governou não serve o país.”

A jornalista e ex-deputada admite que “o PS está num momento muito complicado, a coisa não se afigura fácil”. Mas torce por António Costa: “Gostava que ganhasse porque acho que é preciso uma alternativa a este governo e a estas políticas. É preciso tentar uma alternativa.”