O procurador da República do Brasil Deltan Dallagnol, coordenador da investigação sobre corrupção na Petrobras, afirmou esta sexta-feira que os pedidos de cooperação judiciária internacional, inclusive com Portugal, foram feitos para rastrear possíveis contas bancárias de acusados.
"Foram feitos mais de 50 pedidos de cooperação internacional, e estamos a alcançar diversas contas [bancárias]. Se já foram descobertos pagamentos no exterior, é possível que sejam descobertos outros", afirmou, em conferência de imprensa, em Curitiba, no sul do Brasil.
O procurador realçou a cooperação obtida com a Suíça, que possibilitou seguir pagamentos feitos por subsidiárias da construtora Odebrecht em contas secretas na Europa. Segundo o jornal "Folha de São Paulo", o valor depositado supera os 59 milhões de reais (16 milhões de euros).
Ao ser questionado sobre mais pormenores relacionados com a cooperação judiciária com Portugal e as investigações que envolvem operações feitas no país, Dallagnol afirmou que não havia nada a acrescentar.
No passado dia 20, a Procuradoria-Geral da República (PGR) portuguesa esclareceu ter recebido um pedido de cooperação judiciária internacional, das autoridades brasileiras, no âmbito da chamada operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção e pagamento de subornos na Petrobras, envolvendo as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, que possuem negócios em Portugal.
"Confirma-se a recepção de pedido de cooperação judiciária internacional, através de carta rogatória. O teor do pedido formulado pelas autoridades brasileiras é de natureza reservada. O Ministério Público português não deixará de investigar todos os factos com relevância criminal que cheguem ao seu conhecimento", referiu a PGR a propósito do pedido de auxílio das autoridades brasileiras.
Lusa