O Governo recusou a proposta apresentada pela Alstom à compra da EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, ficando “sem efeito a operação em curso”.
A decisão foi tomada em Conselho de Ministros e o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, explicou que a decisão de não avançar com esta privatização deve-se aos "riscos associados ao prosseguimento desta operação e mostra que não há nenhuma obsessão do governo em relação às privatizações”.
Segundo o governante, a queixa da Bombardier à Comissão Europeia, alegando que a EMEF recebeu ajudas estatais de 90 milhões de euros, “é uma ameaça muito importante ao futuro da empresa”.
Sérgio Monteiro esclareceu ainda que, a partir de agora, será acelerado o processo de reestruturação da empresa de manutenção ferroviária, que tem justamente como principal cliente a CP.
"A reestruturação da empresa que tem vindo a ser feita continuará, mas agora num contexto de maior rapidez e constrangimento temporal porque a CP não pode prestar qualquer tipo de apoio à EMEF", declarou.
Questionado pelos jornalistas sobre os moldes dessa reestruturação, o secretário de Estado adiantou que serão dadas "instruções" à CP para apresentar um plano para que "a empresa não tenha mais problemas de tesouraria nem necessite de se endividar junto da banca até porque a CP não tem disponibilidade para prestar garantias a esse financiamento".
O Governo recebeu duas propostas à compra da EMEF – do grupo francês Alstom e da alemã Bavaria – tendo passado a primeira à fase de negociações, para uma semana depois suspender o processo, na sequência de uma queixa da Bombardier em Bruxelas, que "coloca no futuro uma contingência de valor e data desconhecida que interfere com a proposta e com o encaixe da operação", acrescentou a secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco.