Numa entrevista ao jornal belga Le Soir, Jean-Claude Juncker revelou que quis marcar uma discussão da dívida grega para Outubro, mas que a ideia foi rejeitada por Irlanda, Espanha e Portugal.
"Disse há vários meses a Tsipras que a questão da dívida iria ser levantada, que iríamos resolvê-la, a partir do momento em que ele tivesse aplicado as primeiras medidas de fundo”, disse Juncker ao Le Soir. “Nas conclusões do Conselho, há uma frase que diz 'após a primeira avaliação'. Eu, no primeiro texto que os gregos recusaram, disse Outubro, para que Tsipras tivesse uma conquista. Mas essa data acabou por ser rejeitada, porque alguns países, Irlanda, Portugal, Espanha, não o desejavam antes das eleições", afirmou ainda.
Declarações já foram desmentidas por Passos Coelho, que justifica: as eleições portuguesas seriam sempre no final de Setembro ou início de Outubro. Logo, não faria sentido opôr-se a uma discussão em Outubro, refere o responsável.
A dívida grega chega agora a cerca de 180% do PIB nacional, e o FMI acredita que possa atingir os 200% já nos próximos dois anos. Um alívio da dívida através de alargamentos de prazo de pagamento e redução de juros é actualmente a solução que o Eurogrupo já admite discutir.
Esta noite, Cavaco Silva anuncia a data das eleições nacionais. Espanha também vai a votos este ano, embora ainda não haja data.
