Hong Kong. Quase dez mil pacientes afectados por erro hospitalar em análises

Hong Kong. Quase dez mil pacientes afectados por erro hospitalar em análises


Quase dez mil pacientes foram afectados por um erro num hospital de Hong Kong, depois de leituras de enzimas terem sido erroneamente interpretadas com base nos níveis normais do sexo oposto.


O caso teve lugar no Hospital Tuen Mun, onde 4.634 homens e 4.809 mulheres foram afectados, sendo que a prioridade tem sido dada ao sexo masculino, já que este grupo corre o risco de não ter recebido o necessário tratamento, ao passo que as mulheres podem ter sido sujeitas a cuidados extra, o que dificilmente pode prejudicá-las.

A informação incorrecta foi providenciada por uma máquina que analisa os níveis das enzimas, a qual estava erroneamente calibrada quando foi instalada em 2013.

Segundo os ‘media’ da antiga colónia britânica, o intervalo de referência de uma máquina que analisa as enzimas hepáticas foi erroneamente definido, uma vez que se trocou os valores dos sexos.

O erro só foi descoberto dois anos depois, no passado dia 06 de Julho.

Um comité de investigação vai ser formado para tratar do caso do erro e providenciar recomendações, estando previsto que submeta um relatório à Autoridade Hospitalar de Hong Kong dentro de oito semanas.

Tony Ko, da Autoridade Hospitalar, afirmou ser improvável que o problema tenha conduzido a erros de diagnóstico, uma vez que a falha não afectou a leitura final das amostras recolhidas.

Em concreto, a máquina media a fosfatase alcalina. O intervalo normal para homens com idade igual ou superior a 60 anos era de entre 56 e 119, enquanto o das mulheres, na mesma faixa etária, correspondia a entre 53 e 141, de acordo com dados facultados por responsáveis do hospital citados pelo jornal South China Morning Post.

A Autoridade Hospitalar vai rever os casos dos 1.425 pacientes que, entretanto, morreram no sentido de apurar se houve alguma ligação com o erro.

Também indicou que vai fazer o mesmo para os restantes pacientes afectados.

Até ao momento, foram revistos 1.065 casos, 236 dos quais tiveram de ser devolvidos ao hospital para mais análises de sangue e cuidados de acompanhamento.

As autoridades hospitalares pediram desculpa aos pacientes afectados.

Lusa