É mais uma prova de fogo para Alexis Tsipras, o primeiro-ministro grego, que esta quarta-feira, 22 de Julho, tem que garantir a aprovação de duas leis entre os deputados. Sem o apoio de grande parte dos membros do Syriza, Tsipras terá que se dedicar à oposição para garantir o voto na reformulação da lei que rege a banca e na alteração do código civil.
Só depois disso é que os credores internacionais começarão as negociações com Atenas, para o resgate de 86 mil milhões de euros.
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Os deputados têm que aprovar a aplicação da legislação que prevê e rege a recuperação de instituições financeiras e a aplicação de medidas de resolução – como a que foi aplicada ao BES – uma obrigação que devia ter sido cumprida pela Grécia até 2014. Há outros países que também não a aplicaram, como o caso de França, Lituânica, Holanda ou Itália, e que arriscam uma multa, mas que não terão que implementar a legisalão tão rapidamenet quanto a Atenas. Esta legislação prevê que os custos com eventuais recuperações de bancos passem para os accionistas e credores e não para os contribuintes.
A outra lei que o parlamento grego tem que aprovar esta quarta-feira – a votação deverá acontecer por volta da meia-noite, hora de Atenas – é a que altera o Código de Processo Civil. A Grécia precisa de agilizar a justiça, que não conhece novas regras desde 1967, e que funciona de uma forma muito pouco célere e altamente dispendiosa para o Estado.
Euclid Tsakalotos foi o primeiro a discursar no Plenário, esta manhã, e pediu aos deputados que não se perdesse tempo. "É extremamente importante que fechemos estes requisitos, de forma a que possamos começar as negociações [com os credores] na sexta-feira".
A Grécia já gastou praticamente todo o dinheiro que recebeu do financiamento intercalar de emergência, no valor de 7,2 mil milhões de euros, que foi libertado esta segunda-feira. As dívidas aos credores ascendiam a mais de 6 mil milhões.