O vice-primeiro-ministro responsabilizou esta terça-feira o PS pelo desemprego, argumentando que foi o partido que "trouxe o resgate, o memorando e a recessão a Portugal", e considerou que a criação de postos de trabalho está numa tendência "mais positiva".
Numa entrevista à SIC, o também presidente do CDS-PP afirmou que "a tendência é mais positiva do que negativa" no desemprego e que, "nos últimos dois anos, de facto, criaram-se 175 mil novos postos de trabalho".
"E eu não recomendaria a nenhum líder político que desprezasse ou menorizasse o facto de 175 mil pessoas terem tido uma oportunidade de trabalho. Eu responsabilizo quem trouxe o resgate, o memorando e a recessão a Portugal, por aquilo que aconteceu do ponto de vista do desemprego", afirmou Paulo Portas.
O vice-primeiro-ministro argumentou que, "depois daquele resgate e daquela recessão, não era possível que o desemprego não aumentasse – aumentou em todo o lado nos países que infelizmente caíram na bancarrota".
"Do ponto de vista estatístico, e os critérios não se alteraram, a única coisa que é relevante é que o desemprego, que chegou a estar 17,5%, está neste momento na casa dos 13%", afirmou, ressalvando que "os desempregados não são números" e que é preciso "humanizar, com muita sensibilidade, esta discussão e fazê-la rigorosamente".
Sem essa humanização, apontou Portas, "aqueles que ainda não tiveram uma oportunidade de emprego", como jovens, "mulheres a partir de uma certa idade" ou "desempregados de longa duração", acham "que os políticos vivem noutro planeta que não o da casa deles, onde o indicador macro não chegou ao micro, à vida deles".
"Há um lado nesta matéria que é puramente estatístico e há um lado que é a verdadeira a pergunta: qual é a tendência do desemprego em Portugal? É esta que interessa aos 13% que ainda estão no desemprego e que ainda não encontraram um posto de trabalho", disse.