O ex-governante considerou que o executivo liderado por Alexis Tsipras devia ter insistido na reestruturação da dívida grega antes de implementar um novo programa de resgate. Mas a restruturação é tão inevitável que, na sua opinião, ela irá acontecer quando este novo resgate "falhar". “Este acordo não é sustentável”, afirmou. Para Yanis Varoufakis, o acordo é a resposta a um povo "que ousou dizer não", por isso é “um acordo punitivo”.
O ex-ministro de Tsipras, agora deputado, não tem dúvidas que o país está agora nesta situação "porque as negociações falharam". Apesar de não ter assumido em nenhum momento o sentido do seu voto, Yanis Varoufakis acaba por deixar implícito o “não” pela dureza das críticas e das palavras. Mais uma vez, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, mereceu referência como “Dr. Schauble”, com a palavra ‘doutor’ mais pronunciada. Varoufakis insistiu na ideia que tem defendido, nos últimos dias, em algumas entrevistas e textos de sua autoria:
“Estamos perante um novo tratado de Versalhes”, numa referência ao tratado imposto à Alemanha no final da I Guerra Mundial, cavalo de batalha de Hitler para conquistar o poder. Mas se este ex-governante não quis revelar o voto, 109 dos 201 membros do comité central do Syriza, o partido de Alexis Tsipras, assinaram uma declaração a condenar o novo acordo assinado com os credores internacionais. Um entendimento que consideram ser "o resultado de ameaças de imediata estrangulação financeira".
Outro discurso marca a votação do novo acordo. Zoe Konstantopoulou, presidente do parlamento grego e membro do Syriza, usou palavras duras apelando a todos os deputados para votarem contra a proposta. "Não à chantagem! Não aos ultimatos! Não aos memorandos de servidão!", pediu acrescentando que a Grécia "não pode ter medo" de Bruxelas.