A postura de Alex Tsipras é “justa”. O Papa Francisco falou esta terça-feira sobre os mais recentes desenvolvimentos da crise na Grécia e, numa conferência de imprensa durante o voo de regresso da América do Sul, defendeu que os governantes gregos que “levaram o país à dívida internacional têm responsabilidade” e que o novo governo começou “uma reforma justa”.
Respondendo a perguntas dos jornalistas que integraram o séquito papal, o Papa acrescentou que se as empresas podem pedir apoio em caso de falência, por que razão não o deve poder fazer também um país? E referiu-se a uma intenção das Nações Unidas no sentido de preparar um projecto que previsse essa possibilidade. “Era um projecto e não sei se é verdade ou não, mas se uma empresa pode declarar bancarrota, porque não pode um país fazê-lo também?”, questionou.
O Papa afirmou ainda que é “simplista dizer que a culpa é só de um dos lados” e apelou a que seja encontrada uma solução para resolver a situação grega, criando “um caminho de vigilância para que outros países não voltem a cair no mesmo problema”. “Porque este caminho dos empréstimos e das dívidas assim não acaba nunca”, rematou.
O Papa já se tinha referido antes à situação da Grécia. No início do mês, Francisco pediu aos fiéis católicos que rezassem pelo povo grego. “A dignidade da pessoa humana deve manter-se no centro de qualquer debate político ou técnico, assim como tomar decisões responsáveis”, disse, na altura.