Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, enfrenta uma onda de crescente contestação interna, tanto no seu partido, como na coligação mas também vinda da rua. Esta segunda-feira, Nikos Hountis, ministro e deputado do Syriza, apresentou a demissão no seguimento do acordo que Tsipras trouxe de Bruxelas. A demissão surgiu no dia em que o líder de governo grego convocou de urgência o seu núcleo duro mais próximo.
Em causa nesta reunião de urgência estiveram os votos contra e as abstenções registadas aquando da votação da proposta de Atenas aos credores na última sexta-feira no parlamento grego. Tsipras estará a equacionar uma remodelação governamental que ainda poderá avançar esta semana.
A reunião com o núcleo duro do Syriza serviu também para antecipar a reunião desta terça-feira com o seu grupo parlamentar.
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Além dos problemas no próprio partido, também o parceiro de coligação de Tsipras, os Gregos Independentes, já se mostrou bastante insatisfeito com o pacote de medidas que o governo trouxe de Bruxelas. Este partido, da direita conservadora, deverá votar contra as medidas na quarta-feira mas espera não ser forçado a abandonar o governo – o seu líder é o ministro da Defesa.
Também na rua se multiplicam os sinais de insatisfação com o acordo imposto pelos credores à Grécia: esta segunda-feira já se registaram manifestações em Atenas, de apoiantes do "não" no referendo de dia 5, e para quarta-feira está já convocada uma greve de 24 horas por vários sindicatos da função pública.