Caos. Talvez seja esta a palavra que melhor descreve o primeiro dia de Alive, com bilhetes esgotados e 55 mil pessoas pelo recinto. Drones pelo ar, fãs de Muse por toda a parte e viagens de helicóptero para os VIP. Num festival tão concorrido, pegámos em dez pessoas ao acaso e percebemos o que querem ouvir. Afinal, entre perucas e camisolas do Sporting descobrimos que a música até pode ser o menos importante aqui.
Rita Jorge, 24 anos
Na foto não dá para perceber, mas está de canadianas. Que terá acontecido? “Nem queiras saber.” Queremos. “Estava a trabalhar, tinha a perna dormente e, quando me levantei, o pé foi para o lado.” Mesmo assim quer ver Prodigy, “com uma muleta no ar”.
Ivo Cruz, 26 anos
Veio de Braga para ver Muse e decidiu trazer a camisola do Sporting. “Na tentativa de ganhar um bilhete para o jogo de apresentação”, explica. Dão bilhetes aqui? “É uma onda verde em festivais.” Quanto ao novo treinador, que também não vem nada a propósito, “custa a entrar, mas há que dar o benefício da dúvida”.
Patrícia Zimbarra, 15 anos
“Desculpem, podem fotografar-me? Ah, pensei que fosse para o site do festival.” Ainda assim, podemos conversar. “Há quatro anos que venho a este festival.” Desde os 11. Este ano “ainda não olhei bem para o cartaz”, confessa. Mas Chet Faker, não quer perder.
David Marques, 21 anos
É o seu quinto Alive consecutivo e todos os anos traz “uma indumentária diferente”, diz. “Já vim com uma máscara do Pepe e do Bruno Alves e para o engate ainda deu. Pediram-me bastantes fotos e meteram-se às minhas costas.” Este ano é pior, já está comprometido.
David Marques, 21 anos
É o seu quinto Alive consecutivo e todos os anos traz “uma indumentária diferente”, diz. “Já vim com uma máscara do Pepe e do Bruno Alves e para o engate ainda deu. Pediram-me bastantes fotos e meteram-se às minhas costas.” Este ano é pior, já está comprometido.
Roger, 61 anos
Veio de Seattle com a mulher (aqui ao lado), que conheceu na internet, num fórum de mensagens dos Muse. “Antes fomos vê-los ao Mainsquare Festival, em Arras, França”, conta. No dia seguinte voltam para os Estados Unidos.
Michael, 21 anos
Veio da Bélgica com a namorada e amigos e uma bandeira que lhe calhou num pack de cervejas belgas. A propósito da cerveja portuguesa, um amigo aproxima-se para contar uma anedota:“O que é que fazer sexo numa canoa tem em comum com cerveja portuguesa? Fucking close to water.”
Mary, 62 anos
Ganha ao marido. Enquanto John já foi a 32 concertos de Muse, este é o seu 63.º. E até tem uns brincos dos Muse, de propósito para a ocasião. Quando lhe perguntamos a profissão, voltamos a ficar surpreendidos: “Sou ginecologista.”