O primeiro-ministro grego discursou esta noite no parlamento grego antes da votação da proposta de austeridade que será debatida pelos credores europeus no fim-de-semana. A votação não deve ocorrer antes da 1h da manhã de Lisboa.
"Temos que concordar que as medidas que nos são exigidas são duras. Mas temos a possibilidade de chegar a um acordo e acabar de vez com a ideia da saída da Grécia do euro", disse o líder do governo grego. "Não fomos autorizados a negociar uma ruptura. Fomos autorizados a negociar", apontou.
Aos deputados gregos, Tsipras detalhou que a decisão de avançar com um conjunto de medidas agressivas visou precisamente "evitar a expulsão da Grécia do euro por razões políticas disfarçadas por um pretexto financeiro", dando assim eco às críticas que já Yanis Varoufakis tinha feito, de que parte da Europa deseja usar a expulsão da Grécia da moeda única como exemplo.
"Este acordo levará a um programa europeu. O FMI terá apenas papel de consultor técnico. A troika, como a conhecemos, chegou ao fim." Alexis Tsipras, que foi entretanto interrompido por Evangelos Venizelos, ex-governante grego, que o chamou de "mentiroso", salientou ainda que "esta é uma proposta difícil. Mas o acordo será melhor em vários pontos do que aquele que nos foi apresentado na forma de ultimato".
"Pela primeira vez estamos a discutir a sustentabilidade da nossa dívida", revelou ainda o governante.
Tsipras ainda admitiu que o seu governo cometeu alguns erros durante as negociações com os credores, "mas quem não comete erros?" Assegurou todavia que "negociámos sempre com dignidade e igualdade".
