O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA) decidiu suspender a greve anunciada para 15 de Julho na rodoviária Carris e no Metropolitano de Lisboa, enquanto trabalha numa paralisação "convergente" com sindicatos da CGTP, anunciou esta sexta-feira um dirigente sindical.
"A figura da suspensão não implica a retirada do pré-aviso, por causa de algum trabalhador que não tivesse informação, mas os efeitos são os mesmos e não vai haver greve", explica Sérgio Monte, dirigente do SITRA.
O sindicalista, que coordena a área dos transportes na central UGT, esclareceu que a suspensão se deveu à "falta de consenso" no metro sobre a greve a 15 de Julho, ao contrário do que aconteceu na Carris, mas também por se "estar a trabalhar numa greve que envolva o maior número de empresas" do sector.
Segundo Sérgio Monte, o SITRA e a Federação dos Sindicatos dos Transportes (Fectrans), afecto à central sindical CGTP, estão a preparar uma acção que "envolva o maior número de empresas do sector empresarial do Estado, que estão em processo de concessão e privatização".
Estão nesta situação a Carris, o Metro, a STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto), aRefer (actual Infraestruturas de Portugal), a EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário), a CP Carga, a Transtejo, a Soflusa e a TAP, apontou o sindicalista.
"Como estamos a trabalhar para promover uma luta convergente, que agrupe todas estas empresas, não fazia sentido que a Carris avançasse sozinha para uma greve", frisou Sérgio Monte.
O coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, adiantou que os sindicatos decidiram "unir esforços para que se possa fazer uma luta conjunta em Agosto".
Os trabalhadores dos transportes têm realizado greves parciais e totais no Metro, Carris e CP, contra as privatizações das empresas do sector e a perda de direitos adquiridos.
A greve na Carris tinha sido convocada para 15 de Julho, data apontada como referência para a assinatura pelo governo dos contratos das subconcessões da Carris e do Metropolitano à empresa espanhola Avanza, mas o processo terá sido objecto de contestação por concorrentes que perderam o concurso.
Lusa