Tsipras. “Esgotou-se a resistência do povo grego”

Tsipras. “Esgotou-se a resistência do povo grego”


Perante o Parlamento Europeu, Tsipras pediu um programa virado para o crescimento


O primeiro ministro-grego foi convidado a discursar perante o Parlamento Europeu, na manhã desta quarta-feira, 8 de Julho, onde garantiu que “a resistência do povo grego se esgotou”. Numa intervenção que parecia mais dirigida ao parlamento helénico que aos eurodeputados, Tsipras acusou, no entanto, a Europa de ter transformado a sua “pátria num laboratório experimental da austeridade”

Sem falar de propostas concretas, Tsipras recordou apenas que o seu governo chegou “ao poder há cinco meses e meio”, mas que os programas de ajustamento já duram “há cinco anos e meio.”

"Assumo a responsabilidade do que aconteceu durante os cinco meses, mas a responsabilidade fundamental deste beco sem saída onde esta o meu país não tem a ver com estes cinco meses e meio mas com os últimos cinco anos”, atirou ainda o responsável, perante uma plateia bastante céptica.

Numa tentativa de aproximação a outros Estados-membros – aos que, inclusivamente, têm sido acusados de não ter estado do lado da Grécia durante estes meses, como Portugal – Tsipras afirmou que “um empenho deste tipo [por parte do povo] não aconteceu apenas na Grécia mas também noutros países”. No entanto, garantiu, “em nenhum lugar os programas foram tão duros como na Grécia”.

Alexis Tsipras pediu, dirigindo o olhar a Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, um programa que forneça uma base “de desenvolvimento sustentável para a economia helénica. Na mesma ocasião, o responsável disse acreditar que a Grécia “vai conseguir chegar a acordo” com os parceiros europeus, e cumprir as suas obrigações mais prementes. No entanto, a Grécia tem menos de 48 horas para apresentar uma proposta às autoridadades europeias, segundo revelou ontem o presidente da Comissão Europeia.

Jean-Claude Juncker avisou esta terça-feira que Atenas tem até às 8h30 de sexta-feira, dia 10 de Julho, para apresentar uma lista de propostas. Mas que no caso de essas propostas não serem suficientes, a Europa “está preparada para o pior”. Foi a primeira vez que Juncker admitiu ter preparado um cenário de saída da Grécia da zona euro.

Ignorando a urgência durante a sua intervenção desta manhã, Tsipras decidiu terminar com um apelo em que atira a batata quente para a União: “Este não é um problema exclusivamente grego, é um problema Europeu. E problemas europeus requerem soluções europeias”.