A vencedora do programa televisivo explica como a sua vida se alterou, o que fica para as memórias e o que pretende este atelier de cozinha. As respostas para conferir com a Mónica Pereira.
O que representou para si esta vitória? A vitória representou uma alegria enorme pois tinha arriscado participar no programa, tentando conciliar a minha vida de advogada com a busca de um sonho. Assim, a vitória significou que valeu mesmo a pena investir o meu tempo na culinária que era uma paixão desde infância. Afinal nunca é tarde para nos dedicarmos a perseguir os nossos sonhos.
Quando concorreu, o que esperava? Correspondeu às suas expectativas? O formato do programa Chefs Academy tem uma grande componente didáctica. Por esse motivo, o que eu mais ambicionava era aprender novas técnicas com chefes de topo que eu admiro muito. O balanço foi super positivo pois para além de ter crescido imenso no mundo da cozinha, também gozei de um ambiente excelente de camaradagem com colegas e os chefes da melhor escola de cozinha do país.
Qual foi para si o momento mais especial do programa, se calhar, com excepção do momento em que soube que ia ganhar? Nunca esquecerei o momento em que o chefe Cordeiro afirmou que eu tinha o dom de misturar os sabores. Há muitas coisas que podemos aprender nos livros, mas esse dom, segundo o chefe Cordeiro ‘não se aprende, nasce com as pessoas’. Fiquei muito comovida pois tenho a certeza que herdei esse dom da minha Avó Augusta.
Qual o elemento do júri com o qual mais se identificou? Identifico-me muito com a coragem do chefe Kiko, o sentido de humor do Chefe António Alexandre e a serenidade do Chefe Henrique Sá Pessoa. O Chefe Henrique Sá Pessoa na prova final foi o meu mentor e a sua serenidade foi decisiva para me tranquilizar e guiar à vitória.
Com qual desses elementos gostaria de trabalhar? Tive o privilégio de fazer, entretanto, estágios com Chefe Cordeiro, Chefe Kiko e Chefe António Alexandre. De facto, este corpo docente da escola foi fantástico ao abrir-nos a porta de novas oportunidades de aprendizagem. Esses estágios foram fundamentais para aperfeiçoar técnicas e aprender muito mais sobre o ritmo e organização de serviço dos restaurantes.
Pode explicar em que consiste o projeto “Cooking memories"? O atelier de cozinha “Cooking Memories” não é um restaurante. É um projecto que pretende envolver as pessoas de forma prática em experiências gastronómicas variadas, desde workshops, actividades de ‘team building’, degustações de vinhos e petiscos, aulas privadas de culinária, festas com menus ‘tailor made’, ‘showcookings’, ‘food tours’. Assim este projecto passa muito por reunir pessoas não só à volta da mesa, mas também – e de forma descontraída – à volta dos tachos.
Que objectivos pretende alcançar? O objectivo é de aprendizagem e sociabilização à volta do mundo dos sabores. As pessoas cada vez mais têm interesse pelo mundo da cozinha e aqui no atelier podem aprender de “mãos na massa”, em grupo, brindando e degustando no final o resultado dessa experiência. O ambiente do atelier, com vista mar e com música de fundo jazz ou bossa nova, ajuda cada pessoa a relaxar e a encontrar na cozinha uma forma deliciosa de descontracção.
Em grupo também? As actividades de ‘team building’ na cozinha permitem que a equipa saia da sua zona de conforto e trabalhe capacidades pessoais, de liderança, comunicação, delegação de tarefas, gestão de stress, através de divertidos desafios culinários focados nos objectivos pré-definidos de motivação. Através dos workshops de comida típica portuguesa e ‘food tours’ ao Mercado de Cascais também visamos divulgar os produtos locais e as tradições da gastronomia portuguesa de que tanto nos orgulhamos. Acreditamos que o turismo gastronómico é uma tendência cada vez mais forte e queremos tirar partido disso, apostando nestas experiências que tornam os turistas participantes activos da nossa cultura e não meros espectadores.
E não fica por aí… O atelier de cozinha Cooking Memories também aposta numa componente de responsabilidade social pelo que organiza eventos culinários para inclusão de meninos especiais, tornando-os mais autónomos na cozinha. Já no dia 25 de Julho teremos uma acção de “Down Cooking” para integração de meninos com Trissomia 21 em conjunto na cozinha com crianças sem qualquer patologia.
O “Cooking Memories” é o pontapé de saída? Existem mais projectos na manga, relacionados também com o mundo da cozinha. Espero em breve concretizar esses planos. Mas até lá, e como diria Dona Milu da Tieta do Agreste…. Mistério!
A inauguração do atelier de cozinha “Cooking Memories”, amanhã, às 18 horas na loja 27 A na Marina de Cascais, conta com a presença do chefe Kiko Martins. Estão previstas algumas surpresas gastronómicas.