A recuperação económica, o crescimento significativo do número de turistas e a disponibilização de novas lojas no centro de Lisboa e Porto – em resultado da reabilitação de novos edifícios e da dinamização do mercado de arrendamento – têm contribuído para uma maior atractividade do mercado português e aumenta a procura de lojas por parte de novas marcas. Esta é uma das conclusões do estudo “How Global Is The Business of Retail?” da consultora CBRE.
De acordo com o documento, só no ano passado verificou-se o aparecimento de 19 novas marcas, mais quatro que no ano anterior. Ao contrário do que aconteceu em 2013, em que foram as lojas do segmento de luxo e negócios a ter maior representatividade, em 2014 foi a vez das marcas de gama média apresentarem maior peso (40%).
Os novos retalhistas são predominantemente de origem europeia (75%), nomeadamente de Itália, Espanha, França e Inglaterra. O estudo destaca ainda a abertura de algumas marcas premium na Avenida da Liberdade (em Lisboa), nos Clérigos (no Porto) e em alguns centros comerciais.
Atractivo Tóquio é actualmente a cidade mais atractiva no que respeita à expansão de retalhistas. O documento divulgado pela CBRE diz que a capital nipónica atraiu 63 novas marcas do sector. “O espaço disponível nas principais zonas de Tóquio continua a ser alvo de grande procura, independentemente de haver sinais propensos a diferentes interpretações no cenário económico e um aumento de impostos de 8% desde Abril de 2014.”
Já Singapura assume a segunda posição, com 58 novas marcas, e no Abu Dabi verificou-se a chegada de 55 novas marcas de retalho, colocando esta cidade árabe no terceiro lugar do ranking de mercados com maior número de entradas de novas marcas.
Mas Londres continua a ser considerado o principal destino internacional para fazer compras, com 57,9% dos retalhistas globais presentes na capital inglesa. Em 2014, 12 novas marcas abriram lojas nesta cidade. “O desejo contínuo de expansão para novas cidades mantém-se e continuamos a ver um elevado índice de expansão para a Ásia, em particular para Tóquio, Singapura e Taipé.
Além disso, não verificamos qualquer abrandamento no ritmo de expansão para o Médio Oriente. No entanto, os mercados mais estabelecidos, como o londrino, continuam a atrair as marcas internacionais, já que contam com um número extraordinário de visitantes internacionais e clientes de todos os locais, tornando esta cidade inglesa um verdadeiro destino global para compras”, revela o estudo.
O que é certo é que a tecnologia e as alterações demográficas continuam a ter um forte impacto no negócio do retalho. “Numa altura em que os retalhistas pretendem aumentar a quota de mercado e melhorar o perfil das suas marcas, estas continuam a expandir-se na procura de oportunidades fora do seu território”, acrescentando ainda que “há marcas a apostarem em diferentes localizações em todo o mundo, como em Taipé, Doha e Manila, assim como em cidades já reconhecidas, como Paris e o Dubai, onde os retalhistas estão a abrir mais lojas à medida que vão confirmando o seu sucesso”, conclui.