Há quem se queixe de concertos demasiado curtos, mas aqui foi a própria organização do festival de Roskilde, na Dinamarca, a expulsar Damon Albarn do palco. Já lá iam cinco horas de concerto e o vocalista dos Blur, ali com o seu projecto Africa Express, que inclui também Nick Zinner, dos Yeah Yeah Yeahs, e os Songhoy Blues, banda do Mali que este ano vai estar no Festival de Músicas do Mundo de Sines, não queria deixar o palco.
O concerto de encerramento do festival começou às 11 da noite de domingo e prolongou-se até às quatro da manhã. Uma versão de “Should I stay or should I go”, dos Clash, começou a soar da boca de Albarn quando o tentavam expulsar.
O músico, pelo contrário, não queria ir embora e incentivou a plateia a um coro: “We want more! We want more!” Acabaram por não ter mais nada, a não ser o espectáculo de Albarn a ser carregado ao colo para fora do palco por “Big Dave”, diz o “Guardian” (na verdade Dave Prentice), o manager dos Africa Express.
No concerto de cinco horas houve tempo para vários artistas subirem ao palco, entre eles Graham Coxon, também dos Blur, e Laura Mvula. “A multidão estava num mood efervescente apesar de serem quatro da manhã”, disse mais tarde Ian Birrell, co-fundador do projecto que homenageia a música africana. “E o Damon estava claramente a divertir-se e queria continuar. Tal como queriam todos os músicos.”
Segundo o mesmo jornal britânico, a festa continuou no backstage, onde Albarn e o resto do colectivo continuaram a fazer música durante uma hora, tal como a multidão que os esperava lá fora e continuava “a cantar e a bater na tenda”, continua Birrell.
Esperamos uma coisa parecida no Super Bock Super Rock, onde Damon Albarn vai apresentar o último álbum dos Blur, “The Magic Whip”, na sexta-feira, dia 17.
