Aqui não se pesca com recurso às mais modernas tecnologias, nem com barcos de luxo. Arte xávega, senhores!
Um tipo de pesca artesanal só utilizado em Portugal, feita com uma rede de cerco, deixada a dois quilómetros da costa e ligada por um cabo a dois tractores que a vão puxando mecanicamente.
Uma hora depois é tempo de recolher o xalavar em terra e perceber o que trouxe afinal o saco de rede.
“Isto é sempre uma aposta às escuras. A surpresa é constante”, explica-nos o pescador Pelé, alcunha de criança. “Tinha jeito para o futebol e até joguei muitos anos aqui no clube da terra, mas olhe, depois dei para isto.” São oito da noite e o Sol está quase a pôr-se no horizonte.
O aglomerado de pessoas atraídas pela chegada do peixe compõe o cenário. “É sardinha!”, exclama o pescador, eufórico. Vigiados do ar pelas gaivotas, os pescadores vão separando o peixe à mão. De um lado as sardinhas, do outro as cavalas. “Hoje correu bem. Amanhã veremos o que nos dará o mar”, desabafa Pelé.