Prémios Nobel apelam a acção determinante contra alterações climáticas

Prémios Nobel apelam a acção determinante contra alterações climáticas


“Não agir implicaria colocar as futuras gerações humanas perante riscos imprevisíveis”.


Um grupo de 36 Prémios Nobel assinou na sexta-feira uma declaração na ilha de Mainau, no Lago de Constanza, sul da Alemanha, que reclama aos líderes internacionais e à Organização das Nações Unidas acção determinante contra as alterações climáticas.

A assinatura do documento, impulsionada pelo astrofísico norte-americano Brian Schmidt, encerrou um tradicional encontro de cientistas galardoados com o Prémio Nobel e tem carácter de alerta para a próxima Cimeira do Clima, que a ONU vai realizar em Paris, nos próximos meses de Novembro e Dezembro.

Na declaração reclamou-se uma acção urgente para conseguir um acordo vinculativo na capital francesa, continuador do chamado “espírito” do Protocolo de Quioto.

“Não agir implicaria colocar as futuras gerações humanas perante riscos imprevisíveis”, apontaram os cientistas no documento, no qual advertiram para o perigo de a humanidade estar às portas de uma “tragédia global”.

A reunião em Mainau encerrou a reunião anual destes galardoados, que viajaram junto numa embarcação desde a cidade de Lindau, na margem do lago, até à ilha.

Aqui desenrolou-se a cerimónia de encerramento do encontro, depois de uma semana de sessões entre os prestigiados cientistas e novas gerações de investigadores.

O encontro dos Nobel ocorre desde há mais de 60 anos, é de carácter informal e nesta ocasião terminou com uma declaração unitária.

A última vez que fez uma declaração similar foi em 1955, no caso devida ao alerta do físico Otto Hahn sobre os riscos do uso com fins bélicos da energia atómica.

A declaração dos Nobel sucede ao compromisso assumido pelos líderes do grupo das sete economias consideradas mais avançadas – Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido –, na cimeira que realizaram em Elmau, também no sul da Alemanha, sobre acções contras as alterações climáticas.

Sucede também à encíclica papal em que o Francisco apela à defesa do ambiente.

Lusa