O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, negou esta sexta-feira que as conversações com o governo grego tenham sido retomadas e que um acordo entre as partes esteja próximo, desmentindo assim o ministro das Finanças da Grécia.
Numa entrevista à rádio irlandesa RTÉ, Yannis Varoufakis assegurou esta sexta-feira que um acordo com os credores está “mesmo à mão” e que as negociações com as instituições europeias têm estado a desenrolar-se, apesar da anunciada suspensão das mesmas.
“Não foram enviadas novas propostas a Atenas, não estamos próximos de uma solução e não vamos falar com os gregos até que tenhamos um resultado do referendo”, afirmou o presidente do Eurogrupo, que falava aos jornalistas em Haia, na Holanda.
O também ministro das Finanças holandês foi peremptório a desmentir o homólogo grego: “A notícia de Varoufakis a dizer que existe uma nova proposta de Bruxelas e que estamos próximos de um acordo está completamente errada”, afirmou, citado pela agência financeira Bloomberg.
Jeroen Dijsselbloem recusou também especular sobre um terceiro resgate, considerando que isso “depende do referendo”.
Sobre a análise sobre a sustentabilidade da dívida grega, divulgada na quinta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente do Eurogrupo considerou que está desactualizada, uma vez que baseou-se no “programa anterior e com assunções anteriores”.
“Além disso, olharam para o fardo da dívida em termos nominais em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB)”, disse, explicando que Bruxelas prefere analisar se Atenas, caso tenha um novo programa, “consegue pagar a sua dívida todos os anos”.
“Parece que sim”, afirmou.
O presidente do Eurogrupo disse ainda que “o fardo da dívida grega numa base anual é muito mais reduzida do que as pessoas pensam”.