Estado Islâmico ameaça o Egipto: “Não haverá mais pirâmides”

Estado Islâmico ameaça o Egipto: “Não haverá mais pirâmides”


Estado Islâmico quer destruir os monumentos egípcios objecto de idolatrias.


As tensões aumentam no Egipto e o Estado Islâmico (EI) reage. O grupo extremista afirma querer ver os ícones culturais do país, como as pirâmides e a esfinge, destruídas.

O motivo, segundo o jornal inglês “The Telegraph” citando membros do EI, é o facto de estes serem objectos idolatrados – algo que na cultura muçulmana é proibido. Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, refere mesmo que destruir os monumentos seria um "dever religioso".

Um britânico activista político muçulmano, Anjem Choudary, disse: "Quando o Egipto vier sob os prenúncios do Califado, não haverá mais pirâmides, nem Esfinge, nem idolatrias".

Esta semana o EI lançou uma onda de ataques simultâneos contra as forças de segurança egípcias. Houve ataques suicidas e ataques terrestres sobre instalações militares egípcias, que acabaram por ser parados com o apoio aéreo de combate do Egipto.

O pregador Ibrahim Al Kandari explicou que os monumentos são culturais e não religiosos, devendo, por isso, ser destruídos. Kandari pediu a destruição dos monumentos, dizendo que "o facto de que os primeiros muçulmanos que estavam entre os seguidores de Maomé profeta não terem destruído os monumentos dos faraós ao entrar Egipto, não significa que não devemos fazê-lo agora".

As pirâmides e a Esfinge são uma grande parte da indústria do turismo do Egipto e estão listados como Património Mundial da UNESCO.

Na Síria, o Estado Islâmico já partiu para a prática e destruiu a semana passada a estátua de um leão, à entrada do Museu de Palmira, no centro do país. O director-geral das Antiguidades e Museus na Síria referiu à “Efe” que esta "é a estátua mais importante que o Estado Islâmico (EI) destruiu até ao momento no país – pelas suas dimensões e valor".

Além da estátua do leão foram destruídas, esta sexta-feira, oito estátuas de homens e mulheres, originárias da antiga Palmira, em Manbech, na província de Aleppo. Na semana passada, foram dois antigos mausoléus muçulmanos também em Palmira, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade em 1980.