É a democracia, pá


Ninguém, nem mesmo Tsipras, sabe o que os gregos vão responder.


A novela entre a Europa e a Grécia já vai demasiado longa, com Tsipras a confirmar que terá mesmo de ouvir os eleitores, a quem tinha prometido acabar com a receita de austeridade, antes de aceitar a proposta dos credores, que exigem exactamente o contrário. Podemos sempre dizer que não há alternativa, mas o Siryza prometeu outro caminho e está a tentar provar que ele existe mesmo.

Teria sido mais fácil esquecer as promessas, como até parece normal noutras paragens e aplicar um gigantesco aumento de impostos e um duro corte nos salários e nas pensões, mesmo depois de ter jurado a pés juntos na campanha eleitoral que não o faria. Tsipras poderia sempre dizer que foi a troika e que em nome do interesse nacional e da solvência das contas públicas aplicava tal receita. Mas resolveu tentar negociar, num terreno demasiado pantanoso interna e externamente, que o levará até ao dia em que pergunta ao povo se quer um governo que cumpre a palavra ou se opta por uma política vergada ao que decidem os técnicos da troika e os líderes de uma parte da Europa. 

Ninguém, nem mesmo Tsipras, sabe o que os gregos vão responder, mas a nação onde nasceu a democracia dá mais uma lição a um mundo demasiado egoísta para perceber que os homens têm de ter palavra e os sonhos que os levam a acreditar quando votam e levam alguém ao poder são para ser levados à prática, com empenho, transparência e verdade. O que se parece tentar provar é que não adianta votar nem mudar, que há apenas um caminho e que uma coisa são as promessas e as ilusões de campanha e outra a realidade de uma Europa que está assim. Vamos ver o que acontece em Atenas no domingo e que Europa teremos na nova semana.

Jornalista RTP
Coordenador Jornal 2 – RTP2
Escreve à sexta-feira

É a democracia, pá


Ninguém, nem mesmo Tsipras, sabe o que os gregos vão responder.


A novela entre a Europa e a Grécia já vai demasiado longa, com Tsipras a confirmar que terá mesmo de ouvir os eleitores, a quem tinha prometido acabar com a receita de austeridade, antes de aceitar a proposta dos credores, que exigem exactamente o contrário. Podemos sempre dizer que não há alternativa, mas o Siryza prometeu outro caminho e está a tentar provar que ele existe mesmo.

Teria sido mais fácil esquecer as promessas, como até parece normal noutras paragens e aplicar um gigantesco aumento de impostos e um duro corte nos salários e nas pensões, mesmo depois de ter jurado a pés juntos na campanha eleitoral que não o faria. Tsipras poderia sempre dizer que foi a troika e que em nome do interesse nacional e da solvência das contas públicas aplicava tal receita. Mas resolveu tentar negociar, num terreno demasiado pantanoso interna e externamente, que o levará até ao dia em que pergunta ao povo se quer um governo que cumpre a palavra ou se opta por uma política vergada ao que decidem os técnicos da troika e os líderes de uma parte da Europa. 

Ninguém, nem mesmo Tsipras, sabe o que os gregos vão responder, mas a nação onde nasceu a democracia dá mais uma lição a um mundo demasiado egoísta para perceber que os homens têm de ter palavra e os sonhos que os levam a acreditar quando votam e levam alguém ao poder são para ser levados à prática, com empenho, transparência e verdade. O que se parece tentar provar é que não adianta votar nem mudar, que há apenas um caminho e que uma coisa são as promessas e as ilusões de campanha e outra a realidade de uma Europa que está assim. Vamos ver o que acontece em Atenas no domingo e que Europa teremos na nova semana.

Jornalista RTP
Coordenador Jornal 2 – RTP2
Escreve à sexta-feira