O ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, defendeu esta quinta-feira que Portugal tem tido uma posição de enorme solidariedade para com a Grécia e afirmou que o governo português respeita e não interfere no referendo grego.
Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, questionado sobre as críticas que têm sido feitas ao posicionamento do governo português no quadro europeu, Luís Marques Guedes respondeu: "Essas acusações vêm sempre de dois sítios: ou do Syriza ou dos partidos portugueses pró-Syriza".
O ministro da Presidência defendeu que "Portugal tem tido uma posição de enorme solidariedade para com a Grécia – de resto, uma posição que tem sido totalmente concertada com os outros 18 países do euro", pelo que "essas acusações pura e simplesmente não correspondem à verdade".
"As posições que o governo português tem tido são posições de uma enorme solidariedade, como não podia deixar de ser, para com um parceiro europeu, para com um país que é nosso parceiro na Europa, e, ainda por cima, tendo nós perfeito conhecimento das dificuldades que atravessa o povo grego", acrescentou.
Interrogado sobre qual a expectativa do executivo PSD/CDS-PP em relação ao resultado do referendo convocado pelo governo grego sobre a última proposta de acordo feita pelos credores, Marques Guedes não se quis "pronunciar minimamente" sobre essa questão.
"É um assunto estritamente interno que diz respeito à democracia interna da própria Grécia. Era o que faltava que os outros países se imiscuíssem nas regras próprias internas de funcionamento da democracia de cada um dos Estados-membros", considerou o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares.
"Limitamo-nos a aguardar, como penso que todos os outros Estados europeus, aquilo que seja o funcionamento interno das regras democráticas da Grécia", completou.
Questionado sobre o facto de diversos actores já se terem pronunciado sobre o assunto, Marques Guedes reiterou que, "da parte do governo português, é óbvio que a única coisa que há a fazer é respeitar integralmente aquilo que são as regras democráticas internas da Grécia".
"O povo grego é que sabe as regras com que toma as suas posições. Era o que faltava que os governos dos outros países tomassem posição sobre isso. É a minha opinião. Se há instituições que têm opinião diferente, vai fazer de perguntar a essas instituições, e não a mim, porque é que elas o fazem", concluiu.
Lusa