Em mais uma entrevista à televisão, dada ao início da noite em Atenas, Alexis Tsipras referiu que "a austeridade só serve para prolongar a crise", isto quando "os trabalhadores e os pensionistas já não aguentam mais este fardo".
O líder do governo grego referiu ainda que "durante todo o tempo das negociações" com os credores, nunca o FMI abordou a questão da reestruturação da dívida grega, isto quando um relatório oficial da instituição, hoje divulgado, calcula que a dívida grega só com um corte de 30% e uma suspensão de pelo menos de 20 anos nos pagamentos será viável. "Só quando anunciámos o referendo é que o FMI partilhou estas informações."
"Durante cinco meses procurámos uma solução justa e viável mas recusámos sempre medidas que provocam mais recessão", apontou igualmente Alexis Tsipras, que assegurou aos gregos que desde o anúncio do referendo "os credores já nos apresentaram algumas condições melhoradas." O governante explicou depois que "sem uma reestruturação da dívida, nenhum acordo será viável".
"As filas à porta dos bancos são uma vergonha para a Grécia e para a Europa. Os parceiros recusaram uma pequena extensão no programa, optando antes pela extorsão", acusou Tsipras. "Temos a justiça do nosso lado. Estamos a lutar pela democracia, pela Grécia e pela Europa", atirou ainda.