A viagem pelos edifícios e equipamentos que compõem a história da arquitectura está marcada para este fim-de-semana. Uma cidade vive-se conhecendo pessoas, hábitos e tradições. Mas também conhecendo a paisagem urbana e o que ela nos faz sentir.
O Open House nasceu em Londres há mais de 20 anos. O conceito é simples: conhecer a cidade através da arquitectura. Agora chega ao Porto (mas também a Matosinhos e a Gaia), com portas abertas a casas particulares, infra-estruturas e espaços públicos, em visitas programadas e algumas comentadas pelos próprios autores.
Uma cidade com obras de três Pritzker (Siza, Souto Moura e Rem Koolhaas) – não haverá muitas mais no mundo com esta sorte –, e com uma das mais fantásticas escolas de arquitectura (Marques da Silva, Fernando Távora, Alcino Soutinho, Agostinho Ricca, Bernardo Távora, João Álvaro Rocha ou Adalberto Dias, para além dos dois primeiros e entre imensos outros) pode ser granítica mas não é de certeza cinzenta.
Conheço um prédio meio escondido, projectado por Souto Moura, em frente do qual param com frequência autocarros de turismo. Lá de dentro saem japoneses de máquina fotográfica em punho, com vontade de fazer perguntas e toda a curiosidade para entrar nas casas que se lhes abrem. São estudantes de Arquitectura em excursão pela Europa e querem só visitar uma obra referida numa publicação especializada. Open House, em suma, é mais ou menos isto. Não para estudantes, não para turistas. É para leigos como nós. É viver o Porto e conhecer a sua identidade através do edificado. A verdadeira democracia do betão.
Escreve à quinta-feira