A solução menos má


Qualquer decisão implica mais que uma escolha: a que se segue e a que se exclui. À partida escolhe-se a melhor, mesmo que ambas comportem riscos. A possível saída da Grécia da moeda única comporta um enorme risco, mas também sua manutenção no euro, caso a Grécia não emende a política de desenvolvimento à custa…


Qualquer decisão implica mais que uma escolha: a que se segue e a que se exclui. À partida escolhe-se a melhor, mesmo que ambas comportem riscos. A possível saída da Grécia da moeda única comporta um enorme risco, mas também sua manutenção no euro, caso a Grécia não emende a política de desenvolvimento à custa da contracção de dívida. A ideia de que há soluções perfeitas, sem custos, vem de ideologias extremistas como as que sustentam o Syriza, o Podemos e o Bloco de Esquerda. 

O Syriza e os seus líderes não são a favor do euro. Não querem a moeda única e confundem o projecto europeu com o que apelidam de imperialismo capitalista. Quem dê atenção ao seu programa, às acções passadas dos seus dirigentes, encontra quem queira substituir o modelo de organização social, política, financeira e económica que conhecemos.
A crise grega foi uma oportunidade de ouro para um partido de extrema-esquerda chegar ao poder sob a aparência de algo normal. Mesmo que Tsipras e Varoufakis estejam dispostos a negociar, tal é muito difícil devido à oposição interna que quer humilhar quem empresta dinheiro à Grécia.

Podia escrever sobre a falta de sensibilidade dos líderes europeus que perderam o sentido da história e estão a repetir o erro cometido em Versalhes em 1919. Era mais bonito e mais dramático. Mas o que se está a passar em 2015 não é uma punição dos vencedores aos vencidos, mas a escolha da solução menos má que cinco meses não serviram para que se tornasse melhor.  

Advogado. Escreve à quinta-feira

A solução menos má


Qualquer decisão implica mais que uma escolha: a que se segue e a que se exclui. À partida escolhe-se a melhor, mesmo que ambas comportem riscos. A possível saída da Grécia da moeda única comporta um enorme risco, mas também sua manutenção no euro, caso a Grécia não emende a política de desenvolvimento à custa…


Qualquer decisão implica mais que uma escolha: a que se segue e a que se exclui. À partida escolhe-se a melhor, mesmo que ambas comportem riscos. A possível saída da Grécia da moeda única comporta um enorme risco, mas também sua manutenção no euro, caso a Grécia não emende a política de desenvolvimento à custa da contracção de dívida. A ideia de que há soluções perfeitas, sem custos, vem de ideologias extremistas como as que sustentam o Syriza, o Podemos e o Bloco de Esquerda. 

O Syriza e os seus líderes não são a favor do euro. Não querem a moeda única e confundem o projecto europeu com o que apelidam de imperialismo capitalista. Quem dê atenção ao seu programa, às acções passadas dos seus dirigentes, encontra quem queira substituir o modelo de organização social, política, financeira e económica que conhecemos.
A crise grega foi uma oportunidade de ouro para um partido de extrema-esquerda chegar ao poder sob a aparência de algo normal. Mesmo que Tsipras e Varoufakis estejam dispostos a negociar, tal é muito difícil devido à oposição interna que quer humilhar quem empresta dinheiro à Grécia.

Podia escrever sobre a falta de sensibilidade dos líderes europeus que perderam o sentido da história e estão a repetir o erro cometido em Versalhes em 1919. Era mais bonito e mais dramático. Mas o que se está a passar em 2015 não é uma punição dos vencedores aos vencidos, mas a escolha da solução menos má que cinco meses não serviram para que se tornasse melhor.  

Advogado. Escreve à quinta-feira